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Presidente da Conafer é preso em flagrante durante depoimento à CPMI do INSS

Por Redação

Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

O presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), Carlos Roberto Ferreira Lopes, foi preso em flagrante na madrugada desta terça-feira (30), durante depoimento à CPMI do INSS, em Brasília. A decisão foi anunciada pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da comissão, que acusou Lopes de mentir após se comprometer a falar a verdade.

 

Na sessão, o dirigente negou envolvimento no esquema de fraudes bilionário investigado pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) desde abril. Ele afirmou não ter conhecimento sobre operações financeiras de pessoas ou empresas ligadas à entidade e declarou que a Conafer é “avessa a qualquer tipo de corrupção ou fraude”.

 

Documentos apresentados pela CPMI mostram, no entanto, que a Conafer foi a entidade que mais ampliou descontos em aposentadorias e pensões do INSS entre 2019 e 2024, saltando de R$ 400 mil para R$ 277 milhões. Segundo relatório da PF, os valores cobrados eram superiores aos autorizados pelos beneficiários, o que pode indicar descontos indevidos e superfaturados.

 

O relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), apontou ainda movimentações financeiras incompatíveis com o patrimônio de Lopes. De acordo com o parlamentar, o presidente da Conafer movimentou R$ 1,76 milhão em apenas dois meses, apesar de declarar bens de cerca de R$ 60 mil. O depoente negou a acusação.

 

Gaspar também questionou irregularidades no envio de fichas de adesão para análise da CGU. Segundo ele, havia casos de pessoas já falecidas que constavam como autoras de assinaturas. “O senhor mandou a ficha da dona Maria Rodrigues. Ela já tinha morrido há cinco anos e fez uma assinatura. Esse padrão se repetiu mais de 300 vezes”, afirmou. Lopes reagiu: “É padrão do INSS ter defunto recebendo benefício? Se o morto tiver recebendo benefício, sim”.

 

A Polícia Legislativa acompanhou a prisão em flagrante, e Lopes foi conduzido após a decisão do presidente da CPMI. O caso reforça as suspeitas sobre o papel da Conafer no esquema de fraudes contra aposentados e pensionistas.

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