Bolsonaro deixa prisão domiciliar pela primeira vez para realizar exames médicos em hospital de Brasília

O ex-presidente da República Jair Bolsonaro deixou na manhã deste sábado (16) sua residência no condomínio fechado onde cumpre prisão domiciliar, no Lago Sul, em Brasília. A saída, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teve como destino o hospital particular DF Star, onde Bolsonaro realiza exames clínicos.

De acordo com informações da defesa, o ex-presidente chegou à unidade hospitalar por volta das 9h e permanecia no local até as 11h30. Ele deve passar por exames de sangue, urina, endoscopia, tomografia computadorizada, ultrassonografia e ecocardiograma. Os advogados justificaram a necessidade dos exames com base em sintomas recentes de refluxo e crises de soluços refratários.

A autorização judicial estabelece que Bolsonaro deve retornar à sua residência em no máximo oito horas e apresentar, em até 48 horas, um atestado de comparecimento detalhando os procedimentos médicos realizados. Durante todo o deslocamento, o ex-presidente segue sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, sob supervisão da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap-DF), responsável pelo acompanhamento.

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto, por determinação de Alexandre de Moraes. O ministro entendeu que o ex-presidente violou medidas judiciais ao utilizar, por meio de terceiros, redes sociais, entre elas, as de seus filhos, os parlamentares Eduardo, Flávio e Carlos Bolsonaro, contrariando a proibição imposta anteriormente.

As medidas cautelares estão vinculadas a inquérito que investiga a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em articulações com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com objetivo de promover represálias ao governo brasileiro e ao STF. Eduardo Bolsonaro está licenciado do mandato e reside nos Estados Unidos desde março, sob alegação de perseguição política.

Jair Bolsonaro também é réu em outro processo relacionado a uma suposta trama golpista, cuja denúncia foi aceita pelo STF. O julgamento está previsto para setembro.
Até o momento, a assessoria do ex-presidente não se pronunciou sobre os exames ou a investigação em andamento.