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Tradicional bairro de Salvador, Rio Vermelho "padece" com restrições para construção e impacto econômico é sentido

Por Redação

Foto: Divulgação

Tradicional bairro de Salvador, o Rio Vermelho é conhecido por sua história, cultura e belezas naturais. Apesar disso, o bairro vem enfrentando um dilema que tem gerado debates acalorados: o conflito entre a preservação do patrimônio histórico e o desenvolvimento econômico. Com as normas estabelecidas pelos órgãos responsáveis pela preservação das riquezas arquitetônicas, o Rio Vermelho vem enfrentando obstáculos para o crescimento do bairro.

 

Diante dessa situação, a região tem ficado estagnada enquanto áreas vizinhas — como Ondina, Pituba e Horto Florestal — não param de crescer. Com o setor imobiliário sendo um dos mais afetados, o que acaba impactando também o setor de serviços e a geração de empregos. Em algumas áreas do bairro, o gabarito estabelecido para edificações não pode ultrapassar dois pavimentos — com 7 metros -, enquanto em outros bairros, o limite é de quatro pavimentos com 12 metros. 

 

Com a restrição, o bairro fica impossibilitado de receber a construção de edifícios mais altos, que poderiam aumentar a oferta de imóveis na região, movimentando a economia local. Empresários do setor da construção procuraram o Bahia Notícias para se queixar do esquecimento do bairro. 

 

Alguns deles decidiram tratar sobre o tema, apesar de preferirem não se identificar. Um deles apontou ao BN que desistiu de comprar um terreno na Rua da Paciência. “Muito complicado. Existe uma burocracia absurda e inúmeras restrições. Logo eu percebi que iria perder tempo e dinheiro. Preferi investir em outro lugar”, explicou.

 

As regras também estabelecem diretrizes rigorosas para reformas em imóveis. As empresas precisam seguir normas específicas para a composição da fachada, revestimento, implantação e volumetria. Isso limita a criatividade e dificulta a adaptação dos projetos às necessidades do mercado.

 

Sem falar na demora para obter documentações e pareceres para intervir em casas ou prédios localizados em áreas tombadas ou protegidas. A burocracia atrasa e muitas vezes inviabiliza a execução de projetos. Um desestímulo para empreiteiras e também para quem pensa em adquirir uma casa ou apartamento no Rio Vermelho.

 

As consequências na economia local são inevitáveis, limitando o crescimento do comércio e serviços na região. Quem pensa em abrir negócio no bairro se depara com incertezas jurídicas e se frustra com as restrições para realizar reformas. 

 

Um empresário da região, que atua no setor de bares e restaurantes, indicou que “a preservação do patrimônio histórico não precisa ser um obstáculo para o progresso". "É possível encontrar um equilíbrio. As regras engessam o mercado, desvalorizam terrenos e impedem a modernização do bairro”, disse, também pedindo para preservar o anonimato.