Ex-cantor gospel, Pierre Onassis defende respeito à pluralidade em polêmicas recentes envolvendo Claudia Leitte
Por Thiago Tolentino / Manuela Meneses
Convidado especial do Pôr do Som da Bahia, que celebra 25 anos nesta quarta-feira (1º), no Farol da Barra, em Salvador, o cantor Pierre Onassis abordou, durante uma entrevista, as recentes polêmicas envolvendo mudanças nas letras de canções que citam orixás. As alterações feitas pela cantora Claudia Leitte, substituindo as referências às religiões de matrizes africanas por “Meu rei Yeshua” e “Javé”, têm gerado debates nas redes sociais e entre artistas.
Pierre, que começou na música como cantor gospel, destacou a importância do respeito às diferentes manifestações culturais e religiosas, enfatizando o valor da pluralidade. “Eu acho que tudo é permitido, desde o momento que você respeita. Pode ser tudo, claro. A gente tem o cuidado, o zelo, de entender que cada coisa é cada coisa. Mas estamos numa cidade plural, onde todas as coisas estão sendo desmistificadas. E nós não podemos polemizar aquilo que não se deve polemizar, mas, sobretudo, respeitar".
“Eu acho que cantar é o mais engrandecedor. Fazer valer a música, fazer valer a voz, e usar da música como um instrumento para chegar às pessoas e quebrar paradigmas. Viva a música, viva o poder da música, sobretudo viva o respeito. É isso que a gente precisa: respeitar”, completou o artista.
Ainda na entrevista, ele comentou sobre a realização do Pôr do Som. “Daniela é um marco na Bahia. Daniela é um sinal de respeito. Daniela é música, é voz, é vida. Todo mundo se relaciona com Daniela, não tem ninguém que não se relacione com ela. Se ser chamado por um evento como esse, engrandece a Bahia, fortalece o movimento e a Barra é um referencial”, afirmou.