Ex-Seagri-BA, João Carlos Oliveira faz movimento para assumir Ceplac; Pará também teria interesse

A presidência da Comissão Executiva Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) é um dos espaços em disputa nos escalões inferiores do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Até aqui, segundo a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), havia uma avenida livre de embates e o ex-secretário da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia, João Carlos Oliveira, tentava assumir o órgão, que passa por um processo de desmonte ao longo dos últimos anos.

“Reunimos assinaturas de associações de produtores da região de Ilhéus e Itabuna e levamos ao senador Jaques Wagner, para que ele apresentasse ao presidente”, relatou Lídice, que defende que a Ceplac permaneça sob a tutela de um baiano, dada a importância da produção de cacau para a Bahia - tanto histórica quanto cultural. No entanto, até mesmo o endosso de figuras históricas ligadas à cultura do cacau não tem sido suficiente para garantir que a Bahia fique com o posto.

Estando no rol de grandes produtores de cacau - incluindo uma produção recente de chocolate -, o Pará teria entrado na disputa para indicar o novo presidente da Ceplac. O interesse seria manter a expansão de uma política de fomento à produção cacaueira na região amazônica, de onde a planta se originou, frente ao domínio histórico da região de Ilhéus e Itabuna, produto exportado culturalmente por Jorge Amado.

Não houve uma definição sobre prazo para a indicação do novo presidente da Ceplac. Órgão com importância destacada até a década de 1980, a comissão enfrentou sucessivos processos de desmonte, intensificada ao longo da última década. A decadência da produção cacaueira, associada à emergência da vassoura-de-bruxa, acelerou o escanteamento da instituição, referência no suporte aos pequenos e grandes produtores. Agora, com a possibilidade da expansão de outra doença, a monilíase, uma reestruturação da Ceplac é considerada essencial para a lavoura cacaueira.