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PP tenta fazer frente a PT e PSD e pode obrigar Rui a assumir papel de bombeiro na AL-BA

Por Fernando Duarte

Foto: Divulgação

A estratégia do PP em lançar com tanta antecedência a candidatura de Nelson Leal à presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) não é exatamente prematura, como chegaram a avaliar aliados políticos. Segundo maior partido da Bahia em número de prefeituras, o PP precisa fazer força frente ao poderoso PSD e também ao próprio PT, que, mesmo não tendo a mesma musculatura de outrora, assistiu à reeleição do governador Rui Costa com mais de 75% dos votos. E a direção do Legislativo baiano passa por isso.

 

O PSD talvez seja a grande força-motriz do grupo político de Rui atualmente. Possui dois mandatos de senador e controla secretarias robustas na atual administração. O partido tende a manter o espaço, até como compensação pela rede de conexões com o interior do estado, via União dos Municípios da Bahia (UPB) e pelo controle do maior número de prefeituras. Como até o dia 31 de janeiro ainda detém o comando da Assembleia com Angelo Coronel, a manutenção desse posto seria mais uma recompensa após o social-democrata ser alçado ao Senado.

 

Na conta pelos interesses em dirigir o Legislativo baiano está o fato do PT, mesmo tendo a maior bancada há mais de uma legislatura, nunca ter assumido a direção da Casa. O interesse do deputado Rosemberg Pinto não é novo e domá-lo com uma jogada antecipada, angariando apoios, foi um movimento importante do PP. Contra o petista coloca-se o duplo controle da Assembleia e do Palácio de Ondina, algo mal visto por grande parte dos atores políticos, mas que não seria inédito na história dos legislativos.

 

O caminho do PP para conseguir obter uma vitória nesse processo é formado de pedras pontiagudas. O nome de Nelson Leal não teria sido uma unanimidade dentro do partido, ainda que publicamente todos os progressistas defendam a candidatura dele. Além disso, o grupo político precisaria articular um número ligeiramente maior para pressionar o PT a desistir da candidatura e o PSD a não lançar formalmente o nome de Adolfo Menezes, citado como postulante ao cargo. Nas contas depois de uma reunião com o governador, Leal teria 20 dos 45 votos da base aliada. É um número expressivo, porém PT e PSD somam 19 juntos e possuem musculatura suficiente para atrair aliados. Por isso houve a antecipação do lançamento da candidatura progressista.

 

Na última eleição da Assembleia, Coronel arrematou o apoio da oposição e conseguiu dinamitar a candidatura de Marcelo Nilo à recondução sem a participação de Rui. No entanto o desgaste do processo só foi superado após muita negociação posterior, o que teria deixado resquícios de tensões desnecessários na relação entre o governador e a base aliada. A omissão em 2019 poderia gerar ruído semelhante e com o aval eleitoral dificilmente Rui vai querer ver o arco de alianças fragilizado logo no início do mandato.

 

Ainda assim, o chefe do Executivo tem força suficiente para contornar uma eventual rusga entre os principais partidos que o apoiam. Havendo consenso, Rui comprovará também o papel de bombeiro, posição que recentemente tem sido cara à Assembleia Legislativa da Bahia.

 

Este texto integra o comentário desta terça-feira (20) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Irecê Líder FM, Clube FM.

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