Neto defende Lei da Ficha Limpa: 'Não interessa se disputa para deputado ou presidente'

O prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto, defendeu nesta quinta-feira (23) a aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições deste ano. A legislação tem sido questionada no pleito, principalmente no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pode ter a candidatura barrada porque foi condenado em segunda instância no âmbito da Operação Lava Jato. 

Para Neto, a lei é clara ao dizer expressamente que pessoas condenadas por órgão colegiado não podem ser candidatar, sejam elas candidatas à Presidência da República, uma referência indireta a Lula, ou a outros cargos. “A Lei da Ficha Limpa veio para ficar definitivamente, como uma conquista do Brasil. A Justiça Eleitoral vai assim entender, assim como todos os outros órgãos de Justiça. Quem tem contra si condenação em segunda instância não pode ser candidato. Não interessa se disputa cargo de deputado ou Presidência”, defendeu, em entrevista ao Bahia Notícias. O prefeito foi nesta quinta à 3ª Edição do Simpósio Nacional de Combate à Corrupção, que ocorre em Salvador. O evento terá a presença do juiz Sergio Moro e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. 

O prefeito defendeu também a importância da Operação Lava Jato para o país. “A Lava Jato foi um marco para o Brasil. Mostrou que, no Brasil, a impunidade não prospera, tanto para empresários quanto para políticos”, celebrou. 

DESEMPENHO DE ZÉ RONALDO
Neto também minimizou o resultado da pesquisa Ibope/TV Bahia, que mostrou o candidato do DEM ao governo do Estado, Zé Ronaldo, com apenas 8% das intenções de voto. Para ele, o levantamento é apenas uma “fotografia” do momento. 

“Eu não comento pesquisa porque, quando a pesquisa tá certa, no máximo, representa um momento. A campanha ainda não começou. O que interessa não são os números da largada, são os números de chegada. Vamos ter uma disputa mais acirrada do que a que mostrou essa pesquisa”, avaliou. 

COMBATE À CORRUPÇÃO
Questionado sobre o fato de o candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) ser investigado por suposto recebimento de caixa 2, Neto respondeu que “qualquer homem público está suscetível a ser investigado”. Também afirmou que o partido que preside costuma ter posições duras contra envolvidos em atos de corrupção. Não citou, no entanto, o caso do ex-presidente nacional da sigla, Agripino Maia, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e lavagem de dinheiro e ainda continua nos quadros da legenda. 

“Já tivemos problemas com quadros nossos. Não tivemos problema de expulsar um governador que era do partido e foi pego em atos de corrupção. Não tivemos problema de expulsar um senador que era líder do partido em atos de corrupção”, enumerou, referência ao ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.