Delação de executivo da Odebrecht lista R$ 23,7 mi ‘doados’ a baianos entre 2006 e 2014
Por Fernando Duarte
O depoimento de Cláudio Melo Filho, ex-executivo da Odebrecht, listou 18 políticos baianos que teriam sido beneficiados com “doações” de campanha entre 2006 e 2010, totalizando R$ 22,71 milhões. Segundo o depoimento prestado pelo ex-diretor ao Ministério Público Federal, os recursos foram pagos por meio de contribuições oficiais, com informações prestadas à Justiça Eleitoral, e também via caixa 2. O relato de Melo Filho traz o ex-governador Jaques Wagner (PT), codinome Polo, como o principal recebedor de recursos da Odebrecht, com R$ 10,5 milhões doados nas campanhas de 2006 (R$ 3 milhões) e de 2010 (R$ 7,5 milhões). O próprio ex-executivo indica que os repasses não constam na prestação de contas de campanha do então candidato ao governo do estado. O segundo com maior valor em recursos “doados” pela companhia é o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), codinome Babel, que recebeu R$ 6,88 milhões entre 2006 e 2014 – segundo Melo Filho, apenas R$ 680 mil em 2010 e R$ 2,7 milhões em 2014 estariam declarados à Justiça Eleitoral. A listagem apresentada pelo ex-diretor da Odebrecht traz outros nomes Jutahy Magalhães Jr. (PSDB), codinome Moleza, com R$ 350 mil não-declarados em 2010 (veja aqui) e R$ 500 mil registrados em 2014, Arthur Maia (PPS), codinome Tuca, com R$ 250 mil não-declarados em 2010 (veja aqui) e R$ 349 mil registrados em 2014, José Carlos Aleluia (DEM), codinome Missa, com R$ 300 mil não-declarados em 2010 (veja aqui) e R$ 280 mil registrados em 2014. Veja abaixo um gráfico com o resumo das doações de caixa 2 listadas por Melo Filho: