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Reeleição de ACM Neto com 74% dos votos é soma de acertos dele e erros de adversários

Por Fernando Duarte

Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias
A recondução do prefeito ACM Neto (DEM), com 74% dos votos, ao comando de Salvador é o somatório de uma série de acertos do atual gestor e uma sucessão de erros dos adversários. Durante pouco mais de três anos de mandato, o chefe do Palácio Thomé de Souza não se manifestava publicamente sobre reeleição. Porém não deixou de atuar politicamente para viabilizar um segundo mandato. Costurou, por meio de aliados, uma colcha de retalhos partidária que deu liberdade para negociar – ainda que, em um dado momento, tenha tido uma negociação tensa com o PRB ao tentar a vice, perdida para o PMDB, que indicou o deputado estadual Bruno Reis. ACM Neto fez uma gestão com pouco espaço para críticas e conseguiu usar o secretariado ao próprio favor. Pinçou nomes do setor privado, agregou figuras políticas e consolidou o nome para reeleição. Ainda que tivesse mais tempo para rádio e TV, o prefeito soube usar a estratégia de não partir para o confronto direto com os adversários e, ao ser provocado, fingiu não dar atenção. Foi-se o tempo do ACM Neto brigão, que ameaçou ir às vias de fato na Câmara dos Deputados e deu lugar ao gestor que pratica ironias e rebate críticas sem mover um fio do cabelo. E acumulou capital político que deve credenciá-lo ao embate direto na tentativa de reeleição do governador Rui Costa (PT), em 2018.

 
Foto: Jefferson Peixoto / Ag. Haack/ Bahia Notícias

A expectativa, desde 2014, era que Rui se tornasse o principal avalista dos adversários de ACM Neto. Bem avaliado na capital e conseguindo passar sem muitos arranhões por todo o processo político de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), Rui demorou a escolher os peões no xadrez político de Salvador. Fez uma aposta equivocada – sem ser necessário explicações a mais sobre isso – ao lançar o Pastor Sargento Isidório (PDT) para tentar forçar um segundo turno. Evitou, pelos bastidores da política, assumir de corpo e alma a campanha de Alice Portugal (PCdoB), já que Rui tentou, no limite das possibilidades, outro nome, mas acabou aceitando a comunista como candidata. Deu margem para que ACM Neto se consolidasse como único nome a estar realmente na disputa por Salvador. Apesar da polidez do gestor, o peso da derrocada dos adversários de ACM Neto não se deve apenas aos méritos do prefeito. É dividido pela falta de articulação do governo estadual em tentar chegar ao Palácio Thomé de Souza. Diferente de 2014, quando a então primeira-dama da Bahia, Fátima Mendonça, bradava “sua casa caiu, ACM Neto! Aliás, ACMezinho”, em 2016 a história teve outro desfecho.

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