Dilma deve perder o mandato apesar dos esforços de aliados para reverter votos
Por Fernando Duarte, de Brasília
Ligeiramente adormecido após os discursos de senadores se encerrarem próximo às 02h30 da madrugada, o Senado prepara-se para votar, em definitivo nesta quarta-feira (31), o afastamento de Dilma Rousseff (PT) da presidência da República. Ainda na noite de terça (30), um grupo de aliados da petista ainda envidaria esforços para tentar reverter votos daqueles considerados indecisos. No entanto, os prognósticos mais pessimistas do governo interino de Michel Temer (PMDB) apontam ao menos 59 votos favoráveis ao impeachment de Dilma – cinco a mais do que o mínimo necessário para a presidente afastada ter os direitos políticos cassados por oito anos. Nomes até então tidos como indecisos, a exemplo do ex-presidente Fernando Collor de Mello – também alvo de impeachment, em 1992 – dão sinais de que os esforços de Dilma e dos aliados não serão suficientes para reverter o quadro, favorável à ascensão de Temer ao Palácio do Planalto. Tanto que, nos corredores do Congresso Nacional, o assunto deixa de ser a votação do impeachment e passa a ser a posse do peemedebista, ainda na tarde desta quarta e seguida pela primeira viagem internacional dele na condição de presidente, uma visita à China para a cúpula do G20. O cenário não dá espaços para surpresas. Difícil, no entanto, cravar o resultado da votação, que pode ter entre 59 e 61 votos a favor.