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Paulo Fábio afirma que polarização PT x PSDB não definiu resultado de eleições

Por Luana Ribeiro

Foto: Patrícia Costa/ Tudo FM
Em análise do resultado das eleições deste ano, divulgado na noite deste domingo (26), realizada durante entrevista ao Bahia Notícias no Ar, da rádio Tudo FM 102.5, o cientista político Paulo Fábio Dantas apontou que a vitória apertada da presidente Dilma Rousseff (PT), com 51,64% dos votos, sinaliza que “é preciso prestar atenção de que foi quase metade do eleitorado queria mudar o governo, isso é um elemento que não pode ser esquecido”. No entanto, Dantas ressalta que a “divisão” que se estabeleceu nas urnas não “em dúvida a legitimidade que esse governo tenha para governar”. Para o pesquisador, apesar das discussões ocorridas durante a campanha, não foi a polarização PT x PSDB que decidiu a candidatura vencedora. “Não é. Aécio chegou aos 50% da mesma forma que Lula só ganhou em 2002 depois da carta aos brasileiros, depois de ultrapassar um discurso extremamente petista”, explica ele, que acrescenta que “é da boca do próprio Aécio Neves que estava dito insistentemente na campanha: eu não sou candidato de um partido, eu sou candidato de um movimento por mudança”. Neste sentido, ele salienta que a campanha de Aécio alcançou o patamar visto “porque foi maior que o PSDB”, enquanto a candidatura de Dilma representou a força do PT “mais genuinamente” do que a de Lula em 2002. O cientista político falou ainda da reconfiguração e uma ampliação “do arco de negociação” da oposição a partir da eleição de Dilma. “Surge uma possibilidade – não estou dizendo que vai acontecer – mas surge uma possibilidade de articulação do PSDB no campo político que está entre ele e o que era antes o governo, entre ele e o eixo PT, que envolve Marina, envolve o grupo que teve um resultado ruim em Pernambuco, o PSB. São partidos medianos, que podem de alguma maneira, que vão se tornar possibilidade”, aposta. Dantas ainda aponta que a possível fusão do DEM (“que minguou um pouco mais”) com outros partidos deve ocorrer por consequência desta movimentação. “Percebendo o campo político mais à centro-esquerda se fortaleceu e se tornou parceiro do PSDB, não é à toa que as forças do DEM, preocupadas em perderem essa condição de parceiro principal do PSDB, estão tentando se articular para criar um partido mais amplo, que possa fazer contraponto ao eixo que é o PSB e outros”, acredita. Sobre a reforma política, debatida desde a ocorrência das manifestações do ano passado, o pesquisador considera “conversa de surdo”, devido aos tópicos diferentes defendidos pelos partidos: o PT, aponta, insiste na questão do financiamento de campanha; enquanto o PSDB foca no voto distrital e na “cláusula de barreira”. “A questão da proibição das coligações pode ser um elemento de convergência, porque tanto um quanto o outro tem manifestado simpatia em relação a isso”, elenca. Por fim, Dantas faz um elogio a uma oposição forte, que integra o equilíbrio da democracia. “O recado que as urnas estão dando, independente do desejo individual de cada eleitor, mas o recado que o eleitorado como um todo está dando, é o seguinte: só tem governo se tiver entendimento, se tentar se hegemônico vai quebrar a cara”.

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