Se na opinião do presidente recém eleito do Partido dos Trabalhadores (PT) em Salvador, Edson Valadares, a atuação da sigla na Câmara Municipal de Salvador é uma “anomalia organizativa”, para Moisés Rocha, líder do PT na Casa, tudo vai muito bem. Contatado pelo Bahia Notícias, Rocha foi curto e grosso quando confrontado com as declarações do líder. “Ele vai ficar na presidência por apenas um ano e eu acho que deveria chegar com mais humildade, dialogar e não mandar recado pela imprensa. Tem que chegar devagar, mas ele já começou mal”, vociferou. A insubordinação de Luiz Carlos Suíca (PT), que, por diversas vezes já criticou o governo do Estado e um acordo capitaneado por Henrique Carballal com o prefeito ACM Neto (DEM) para aprovação do IPTU, não significam uma desconexão da bancada, no entendimento do vereador. “Suica é um vereador eleito por uma categoria que presta serviços ao Estado e à prefeitura. Se o trabalhador terceirizado está sem receber por conta do governo federal, estadual ou municipal, ele tem que cobrar. Eu faria o mesmo”, defendeu. “Fala-se muito sobre Carballal, mas as pessoas precisam conversar com ele e saber se isso tudo não é notícia plantada”, completou. Os desencontros da bancada petista na votação do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) também não abalam a unidade dos sete vereadores da legenda, na visão do edil. .jpg)
“Não foi a primeira votação que a bancada foi a favor de [ACM] Neto. Não é oposição à cidade, mas ao projeto político dele. Gilmar [Santiago] sabe que não pode tomar uma decisão da cabeça dele, sabe que tem que reunir a bancada de oposição e discutir e isso não foi feito”, acusou. Gilmar Santiago, líder da oposição na Casa, saiu na defesa de “Edinho”, como ele chama Edson Valadares, e disse que ele critica o atual cenário baseado em um PT de outros tempos. “Edinho viveu uma experiência lá atrás, que foi uma das primeiras bancadas do PT. Era um momento muito diferente do que vivemos agora. A situação de hoje é mais complexa, nossa bancada é heterogênea. Eu acho que ele está certo em querer uma bancada mais unificada”, esquivou-se. Sobre os esbarrões de opinião em matérias importantes como o IPTU, Santiago tirou o seu nome da reta e jogou a culpa para cima do partido. “No episódio do IPTU, faltou o partido chamar a bancada para discutir a matéria. A bancada é quem expressa a vontade do partido através dos mandatos”, afirmou. Mesmo com tantas discordâncias, o discurso dos "companheiros" se aproximou quando a questão foi abafar as críticas de Valadares. Para eles, apesar disso tudo, as coisas caminham bem.