ACM Neto 'seduz' vereadores com emendas no orçamento; 'Não é bom', taxa Edvaldo
Por Evilásio Júnior
Elogiada pelos aliados de ACM Neto (DEM), a tão propagada mudança na relação institucional da prefeitura de Salvador com a Câmara de Vereadores – que antes seria baseada em práticas "fisiológicas", a exemplo de concessões de cargos – ganhou uma nova modalidade a partir da votação do novo regulamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), na última quarta-feira (18). Parlamentar com 10 anos de Câmara Federal, antes de assumir o Palácio Thomé de Souza, o democrata resolveu uma equação para evitar "descontentamentos" na base e governistas "insurgentes". O Bahia Notícias apurou que, antes da polêmica sessão que aprovou o substitutivo do projeto do IPTU – com direito a criação embutida de 97 cargos em uma agência de regulação (Arsal) –, o gestor convidou os 30 integrantes da sua bancada a comparecerem ao seu gabinete para colocar em prática, no Legislativo da capital baiana, uma técnica tradicional do Congresso. Cada um dos edis poderia apresentar emendas de até R$ 1 milhão ao orçamento municipal de 2014, estimado na casa de R$ 5 bilhões. A fórmula seria eficaz para atender aos pleitos das bases eleitorais dos políticos, que precisam fidelizar votos, executar obras de interesse popular, não inchar a máquina administrativa e tornar o processo legal e transparente. Depois do bate-papo, coincidentemente, ou não, o IPTU foi endossado por exatamente 35 votos, sem qualquer exaltação de coligados, fruto ainda de um acordo com cinco petistas que teriam cedido em prol de "clubes sociais".


