Alice Portugal defende continuação de inquérito: ‘Colombiano era rígido e incorruptível’
Por Evilásio Júnior
A deputada federal Alice Portugal (PCdoB), correligionária do ex-tesoureiro do Sindicato dos Rodoviários, Paulo Colombiano, morto em junho de 2010, defendeu a continuidade das investigações que culminaram, nesta quinta-feira (17), na prisão de cinco pessoas. De acordo com a Polícia Civil, o mandante do assassinato do sindicalista e de sua mulher, Catarina Galindo, foi o empresário César Santana, proprietário da empresa Mastermed na Bahia, plano de saúde que presta serviço à entidade. Em entrevista ao Bahia Notícias, a parlamentar se disse agradecida ao empenho do governador Jaques Wagner, do secretário de Segurança Pública Maurício Barbosa, do setor de inteligência da pasta e dos agentes envolvidos na investigação, que estaria "quase elucidada". “Nos sentimos mais confiantes de que a impunidade está ficando menos possível”, definiu Alice. Apesar disso, a comunista quer que outros aspectos sejam elucidados, a exemplo do suposto desvio nos pagamentos de FGTS, INSS e imposto de renda, bem como o alto volume de repasses do sindicato para o plano, estimados em aproximadamente R$ 106 milhões em sete anos. Muitas das irregularidades já haviam sido apontadas por Colombiano, pouco depois de assumir a tesouraria da organização. “É necessário que o processo continue para identificar quem mais se beneficiou e, principalmente, quem atirou. O Colombiano era uma pessoa rígida e incorruptível. Tentou corrigir o que estava errado no sindicato e pagou com a vida”, lamentou. No seguimento das apurações, conforme explicitou Barbosa na coletiva de imprensa, novas suspeitas poderão recair sobre o sindicato, controlado há 22 anos pelo PT. A deputada, entretanto, não quis opinar sobre uma possível ligação do crime com a política. “Não tem como achar nada em um processo desse. Nós aguardamos a ação policial. Não tenho condições de fazer nenhuma inferência”, esquivou-se. Colombiano ingressou na entidade de classe em 2009, na chapa encabeçada pelo atual presidente Manoel Machado – liderado assumidamente pelo deputado estadual J. Carlos (PT) –, em uma dobradinha inédita entre PT e PCdoB. Antes disso, as legendas brigavam pelo controle do sindicato.