Contas de JH: Antes de apresentação, Sandoval perde cargos na prefeitura; parecer deve recomendar rejeição
Por Evilásio Júnior
Quatro servidores comissionados indicados pelo vereador Sandoval Guimarães (PMDB) foram exonerados dos quadros da prefeitura de Salvador, conforme publicação do Diário Oficial do Município desta terça-feira (20), medida considerada “retaliação” pelo presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara. Todos os funcionários eram lotados na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com cargos de chefia: Cristina Maria Vasconcelos Valois Coutinho, gerente da Unidade de Saúde da Carlos Gomes; Louricéia de Cerqueira Daltro, coordenadora do Distrito Sanitário da Boca do Rio; Adriana Santos Almeida Santana, do Distrito Sanitário de Brotas; e Sandra dos Santos, da área de qualificação de Psicólogo da SMS. Nesta quinta (22), às 10h, no Centro de Cultura da Casa, Sandoval apresentará o seu parecer sobre as contas de 2010 do prefeito João Henrique (PP) – rejeitadas por unanimidade pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Em entrevista ao Bahia Notícias, o peemedebista criticou as demissões, mas afirmou que o ato do Palácio Thomé de Souza não irá interferir em sua decisão. “Acho uma posição precipitada, pois são meus amigos, mas são bons servidores e profissionais competentes. Eu não dei nenhum parecer ainda. Qualquer que fosse o direcionamento, isso não é forma de se cobrar posição. Isso sim é revanchismo. Não é democrático. Não é se fazendo esse tipo de pressão que se consegue as coisas, mas quem tem a caneta é o gestor do Executivo da cidade”, avaliou. Sem querer antecipar a indicação que dará aos vereadores, Sandoval deixou entender, nas entrelinhas, que realmente deve recomendar o voto pela rejeição. “Eu estou muito tranquilo. Esse tipo de chantagem não vai impedir de identificar aquilo que achei como justo na análise técnica da rejeição [do TCM]”, considerou. A apreciação durou 27 dias, três a menos do que o tempo máximo determinado pelo regimento interno da Casa. Depois da explanação pública, o vereador concederá entrevista coletiva e distribuirá uma cópia do seu parecer à imprensa. Depois do rito, a matéria entrará na ordem do dia do Legislativo, ficará na fila da votação dos projetos – exceto se houver acordo entre as lideranças –, para, enfim, ser votada em plenário. Para escapar de ficar inelegível por oito anos, o prefeito terá que contar com a benevolência de 28 vereadores.