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MP-BA lança campanha de proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital

Por Redação

Foto: Divulgação

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) lançou uma campanha voltada à conscientização sobre os riscos da violência no ambiente digital e à promoção de uma internet mais segura para crianças e adolescentes. Com o título de “O cuidado não pode ficar só no off”, o projeto foi oficializado nesta quinta-feira (23), na sede do MP-BA durante o seminário “Um novo olhar para a vítima” e integra um conjunto de iniciativas do MP-BA voltadas à proteção integral da infância e adolescência.

 

A campanha tem apoio do Bahia Notícias e da Antena 1 Salvador (100.1 FM). No mês das crianças, a abordagem do MP é embasada por dados divulgados pela SaferNet em agosto. Segundo o levantamento, das 76.997 denúncias anônimas de violações de direitos humanos e outros crimes no ambiente digital em 2025, 60% estão relacionadas a abuso e exploração sexual infantil, contabilizando 49.336 registros apenas entre janeiro e julho.

 

Para a promotora de Justiça Ana Emanuela Rossi, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Criança e do Adolescente (Caoca), a campanha propõe uma reflexão sobre a importância da supervisão parental e do acompanhamento próximo das atividades online de crianças e adolescentes.

 

“Trata-se de um chamado às famílias, à sociedade e aos agentes da rede de proteção que possuem o dever de acompanhar o desenvolvimento de crianças e adolescentes para que supervisionem e acompanhem suas interações sociais no ambiente digital, conhecendo os riscos existentes e aproveitando as oportunidades da internet, com segurança e proteção. Nosso objetivo é orientar a todos para que as crianças e adolescentes possam navegar de maneira segura, com seus direitos protegidos, contribuindo, ainda, para o desenvolvimento da cidadania online. Construir conexões mais seguras é um dever de todos”, ressaltou.

 

O MP explica ainda que o lema da campanha também chama a atenção para a necessidade de ampliar para o ambiente virtual o cuidado que os responsáveis já têm no mundo físico, garantindo a proteção e o respeito aos direitos humanos também nas interações online. 

 

De acordo com dados da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2024, 93% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos no país usam a internet e quase 3 em cada 10 relataram ter vivido situações ofensivas online. O estudo também aponta contato frequente de jovens com desconhecidos e episódios de discriminação nas redes, reforçando a importância de políticas públicas e educativas de proteção digital.

 

AÇÕES DA CAMPANHA
Entre as principais ações da campanha está o lançamento da plataforma digital “Fala, Filho”, um ambiente voltado para sensibilização de pais e responsáveis sobre o uso seguro da internet. A ferramenta, por meio de IA, traz respostas para as principais dúvidas pré-coletadas com os responsáveis pelos cuidados com o público infantojuvenil. As perguntas sugeridas são respondidas por avatares digitais que representam crianças e adolescentes, buscando potencializar a comunicação sobre os riscos na internet, por meio de conversas esclarecedoras mantidas com os próprios infantes, em um exercício de empatia e valorização do protagonismo infantojuvenil.

 

No endereço eletrônico www.falafilho.com.br, será possível obter orientações sobre temas como cyberbullying, vazamento de imagens, assédio sexual, discursos de ódio e isolamento digital, além de informações sobre canais de denúncia e proteção. O objetivo é promover comunicação, empatia e orientação digital responsável dentro das famílias e núcleos de cuidado. A ação de enfrentamento à violência digital será realizada por meio de peças informativas para divulgação em TVs, rádios, sites e outdoors com a mensagem central: “O cuidado não pode ficar só no off. Proteja crianças e adolescentes da violência no ambiente digital”.

 

A promotora de Justiça Ana Emanuela Rossi destacou que a campanha surge diante de uma realidade urgente. “Por vezes, a violência no ambiente digital, pela exposição indevida da imagem, pelo acesso a conteúdos inadequados ou aliciamento por pessoas desconhecidas, pode passar despercebida, mas o fato é que ela tem efeitos reais na vida de crianças e adolescentes, causando inúmeros prejuízos. E para proteger, é preciso conhecer”, afirmou.