Presidente do Ibrades defende protagonismo social e econômico do Brasil na agenda ambiental global
O presidente do Instituto Brasileiro de Direito e Sustentabilidade (Ibrades), Georges Humbert, destacou nesta quinta-feira (11) a importância de o Brasil reforçar seu papel de liderança ambiental no cenário internacional, mas sem abrir mão das demandas sociais e econômicas internas.
Durante sua fala, Humbert apresentou os resultados do trabalho desenvolvido pelo instituto, como a Carta de Salvador para a Sustentabilidade, publicações em parceria com editoras e a coleção Direito e Sustentabilidade, que já conta com dois volumes e prepara a terceira edição.
O material reúne artigos de especialistas e contribuições enviadas por pesquisadores e interessados, aprovados por comissão científica, com o objetivo de preservar e difundir os debates promovidos nos eventos.
Ao abordar os desafios da Bahia e do Brasil para a COP30, o presidente do Ibrades ressaltou que o país já possui avanços relevantes na área ambiental, mas precisa dar prioridade à inclusão social e ao desenvolvimento econômico:
“O Brasil precisa reforçar mais uma vez o seu protagonismo ambiental, mas também garantir justiça social e progresso econômico. Somos uma potência ambiental, com 88% da nossa matriz energética renovável, algo que o mundo precisa reconhecer e valorizar. Mas ainda temos que gerar emprego e renda, dar moradia de qualidade, educação de alto nível, acesso pleno à saúde, saneamento básico com água potável e o fim dos lixões a céu aberto. Essa é a verdadeira transição que o Brasil precisa”, afirmou.
Humbert destacou ainda que o país detém um patrimônio ambiental único, como a Amazônia Legal e a chamada Amazônia Azul, que possuem papel estratégico no equilíbrio climático global.
Para ele, o Brasil deve ser recompensado por essa preservação por meio do mercado de crédito de carbono. “Temos cerca de 3 trilhões em créditos de carbono preservados, que não beneficiam apenas o Brasil, mas toda a coletividade mundial. Ninguém tem o que nós temos. Essa capacidade de equilibrar o clima e manter a vida em condições de qualidade é um ativo global, e precisa ser reconhecido”, concluiu.