Macunaíma ganha versão musical, com canções que vão do ianomâmi ao alemão
Responsável por espetáculos premiados, como “Gonzagão - A Lenda” (2013), “Suassuna - O Auto do Reino do Sol” (2017) e o mais recente “Elza” (2018), Andréa Alves se propõe agora a produzir uma das obras mais emblemáticas da literatura brasileira, “Macunaíma”, de Mário de Andrade. Ela define a nova empreitada como um marco na própria carreira.
Para contar a história do herói sem nenhum caráter, Alves convida Alfredo Del-Penho e Beto Lemos, que compuseram mais de 70 músicas em dez idiomas diferentes, do ianomâmi ao alemão, passando por “línguas inventadas”. A maioria é executada ao vivo pelos dois e por parte do elenco.
Completam a narração vozes ilustres, como a de Arnaldo Antunes e Maria Bethânia, que recita um trecho de “Aquarela do Brasil”.
Sob a direção de Bia Lessa e encenada pela companhia A Barca dos Corações Partidos, o espetáculo, que se define como uma “rapsódia musical”, estreia nesta sexta (19), no Sesc Vila Mariana, em São Paulo.
Uma feliz coincidência é o nome que leva a sala que recebe a montagem, Antunes Filho. O diretor, morto em maio deste ano, montou uma das versões mais conhecidas desta mesma peça, em 1978.