Flávio visita Bolsonaro e diz que pai fez 'pedido direto' a Motta e Alcolumbre por anistia
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que Jair Bolsonaro (PL) pediu que ele insistisse com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para que pautem o projeto da anistia.
"Foi um pedido direto dele (Bolsonaro) para Hugo Motta e Davi Alcolumbre", disse.
Flávio afirmou ainda que o pai teve crise de soluço na noite desta segunda-feira (24) e precisou de ajuda de agentes.
A declaração foi dada pelo parlamentar nesta terça-feira (25) ao sair da visita ao pai, que está preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília.
A prisão preventiva foi decretada no sábado (22) após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que afirmou haver risco de fuga de Bolsonaro. O ex-presidente tentou abrir a tornozeleira com ferro de solda.
Flávio disse que o pai está indignado e inconformado com o que chama de perseguição.
"Ele diz ‘o que eu fiz para estar aqui, meu governo fez uma transição tranquila’. Estava fazendo a defesa dele como sempre, de que obviamente ele não trabalhou para que pudesse motivar qualquer ato irresponsável. Ele fica ali a todo momento repetindo isso, se defendendo", declarou o senador.
O parlamentar também disse ter recebido a informação de que o ex-presidente seria proibido de receber comida de fora da superintendência. De acordo com Flávio, a dieta de Bolsonaro é feita com base em prescrição médica.
"Ele precisa de ter uma alimentação especial por causa do fluxo intestinal e das sequelas da cirurgia dele. Me soou muito estranho que alguém tivesse dado essa determinação para ir contra a medicação que é prescrita para evitar intercorrências, ele precisa ter uma disciplina com essa alimentação", disse.
Flávio acrescentou que o pai sempre teve preocupação com relação à origem da comida. O senador, no entanto, não disse de quem teria recebido a informação.
Flávio e Carlos Bolsonaro, também filho do ex-presidente, chegaram para visitá-lo por volta de 9h30.
O senador estava com o livro "Metanoia, a chava está em sua mente", "de JB Carvalho, que é descrito por editoras como um texto que propõe uma revolução do pensamento. Já Carlos estava com uma camiseta do desenho das tartarugas ninjas.
'DEVASTADO PSICOLOGICAMENTE'
Ao sair da superintendência, Carlos reclamou do que chamou de "visita cronometrada" e disse que o pai está "extremamente sensível" e "devastado psicologicamente".
Também afirmou que o pai está comendo pouco, com a saúde prejudicada e o ex-presidente chorou durante a conversa.
"Nossa função ali é dar força para ele. Acredito que nesse momento o objetivo foi alcançado para mantê-lo forte. Há movimentos aqui fora que podem mudar a história da coisa toda. Mas consegui deixar ali um abraço do filho para o pai que precisa nesse momento e outras oportunidades virão", disse.
O vereador também afirmou que a saúde emocional de seu pai tem sido "sido propositalmente desgastada há muito tempo".
"Tenho certeza que ele vai sobreviver a mais essa investida covarde que estão fazendo contra a pessoa dele", afirmou, acrescentando que Bolsonaro está comendo pouco e que isso "vai acabar desaguando num momento que pode ficar ruim para ele".
