Dólar abre em leve alta e acompanha outros países com agenda esvaziada
O dólar abriu esta sexta-feira (19) em alta ante o real, acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante a maior parte das demais divisas, em uma sessão de agenda esvaziada de indicadores tanto no Brasil quanto no exterior. Às 9h11, o dólar à vista subia 0,22%, aos R$ 5,33 na venda.
O dólar fechou esta quinta-feira (18) em alta e o Ibovespa em baixa após o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) ter reduzido juros na véspera e o Banco Central do Brasil manter a Selic em 15% ao ano.
A moeda americana, influenciada de um lado pelo avanço da divisa no exterior e do outro pelo corte dos juros americanos, recuou 0,32% na sessão, a R$ 5,319.
Já a Bolsa caiu 0,06%, a 145.499 pontos, segundo dados preliminares -o Ibovespa foi pressionado para baixo pela Petrobras, em sessão de queda dos preços do petróleo no exterior.
Por outro lado, as ações da Natura dispararam 16,46% após acordo fechado para venda da Avon International. "Acreditamos que este anúncio deve ajudar os investidores a retomarem o foco na ação, à medida que a história se torna mais simples e clara", avaliou a XP Investimentos em relatório.
Os papeis da Usiminas lideram as perdas, com queda de 4,54%, revertendo as quedas das ultimas sessões.
Durante a tarde da quarta-feira (17), o principal índice da Bolsa chegou a ultrapassar os 146.000 pontos, em meio às projeções do banco central americano de mais dois cortes nos juros dos EUA até o final do ano.
"O mercado hoje ainda está sob o efeito da Superquarta, com o posicionamento do Fed e do Banco Central", afirma Paloma Lopes, economista da Valor Investimentos. "A questão é a atratividade do mercado brasileiro, com a manutenção de uma taxa de juros atrativa em relação à taxa americana, fazendo com que investidores estrangeiros acabem vindo para o Brasil".
Apesar do otimismo, o Ibovespa reduziu os ganhos e o dólar passou a subir na quarta após o presidente do Fed, Jerome Powell, adotar uma postura mais cautelosa durante a entrevista coletiva após a decisão, frisando que ainda há riscos para a inflação americana.
Na avaliação de Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, a fala de Powell esfriou o otimismo do mercado com os cortes de juros ao apontar que ainda há incerteza tanto para a inflação quanto para o emprego. "Ele disse que a decisão do Fed de cortar os juros foi mais preventiva, se antecipando a riscos", aponta.