Flávio exige anistia ampla e diz em ato no Rio que STF irá entregar cabeça de Moraes na bandeja
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou neste domingo (7) que o julgamento de Jair Bolsonaro no STF (Supremo Tribunal Federal) é uma farsa e representa uma "segunda facada" no ex-presidente.
A declaração foi feita durante o ato de 7 de Setembro em Copacabana, no Rio de Janeiro, em defesa da anistia a condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. O protesto também acontece em meio ao julgamento do ex-presidente no STF.
Em seu discurso, Flávio Bolsonaro atacou o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações contra Bolsonaro e seus aliados no STF, o chamando de ditador.
"Eu fico impressionado como ele tem traço de psicopatia. Uma pessoa que não liga para a própria família, como ele parece não ligar, não pode ser normal. Que quer continuar bancando uma competição covarde com Bolsonaro", afirmou.
Na sequência, o senador mostrou confiança de que o ministro será punido: "O próprio Supremo vai dar a cabeça de Moraes na bandeja porque ele foi longe demais, porque todos sabem que não houve tentativa de golpe. Nós vamos continuar usando a internet, usando a verdade ao nosso lado", disse.
Vestindo uma camiseta com o rosto do pai e o ano de 2026, o senador lamentou a ausência no protesto de Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar em Brasília desde o início de agosto após determinação de Moraes. E exigiu que o ex-presidente possa concorrer na próxima eleição para a Presidência – ele está inelegível até 2030 após ser condenado pela Justiça Eleitoral por abuso de poder político e econômico.
"O meu pai mais uma vez não pode estar presente, mas eu trago ele aqui nessa camisa com o ano 2026, que é o que nós exigimos. É direito do povo brasileiro escolher quem quer para ser presidente do Brasil", disse o senador.
Flávio disse que as imagens da manifestação chegarão até o ex-presidente, que está impedido de falar em público por decisão judicial. "Ontem [sábado] fez sete anos que meu pai levou aquela facada. (…) O que o Alexandre de Moraes está fazendo hoje com meu pai é uma segunda facada. Todo mundo sabe o que vai acontecer essa semana no Supremo. Porque aquilo é uma farsa, um teatro", declarou.
O senador afirmou ainda que uma eventual condenação deve levar apoiadores de volta às ruas. E defendeu que o projeto de anistia em discussão no Congresso inclua o ex-presidente.
"Nós não vamos admitir uma anistia que não atenda também o presidente Bolsonaro. Anistia não é sobre pessoas, é sobre fatos. A farsa é tão generalizada que todos são acusados de cometer os mesmos atos ao mesmo tempo e na mesma proporção", afirmou.
O público em Copacabana foi de 42,7 mil pessoas, segundo contagem realizada pelo Monitor do Debate Político do Cebrap e pela ONG More in Common às 13h, considerado o pico da manifestação, a partir de fotos tiradas por drones e sistemas de inteligência artificial.
No ano passado, o ato no dia 7 de setembro em Copacabana reuniu 32,7 mil pessoas, segundo a mesma metodologia.
O ato foi convocado por Flávio Bolsonaro e pelo pastor Silas Malafaia, em meio a uma mobilização nacional em defesa do ex-presidente.
Por volta das 10h, manifestantes vestidos de verde e amarelo começaram a se concentrar no posto 4 da orla, onde um caminhão de som abrigava os organizadores e aliados políticos do ex-presidente, entre eles o governador Cláudio Castro (PL) e os deputados federais Alexandre Ramagem (PL), Luiz Lima (Novo), Eduardo Pazuello (PL), Hélio Lopes (PL) e Clarissa Garotinho (PL).
Apesar da previsão de chuva, o tempo permaneceu apenas nublado. Os políticos fizeram referência ao clima para destacar que, segundo eles, "a força do movimento" manteve a concentração firme. O ato foi oficialmente aberto às 11h30, com a execução do hino nacional.