Brasil dá adeus como rei do WSL Finals, mas formato não vai deixar saudades
O Brasil se despede do WSL Finals como dono absoluto do evento. Foram cinco edições, quatro títulos masculinos e um domínio que ninguém contestou.
Medina em 2021, Toledo em 2022 e 2023, Yago Dora em 2025 — só John John Florence, no ano passado, conseguiu quebrar a hegemonia verde e amarela. Se havia um rei nesse formato, ele falava português.
Mas ainda bem que acabou. O Finals nunca foi justo. Arriscar toda uma temporada em um único dia sempre soou perigoso, lotado de variáveis, dependente da maré, do vento e até da sorte. Um título mundial deveria premiar consistência, não apenas meia hora (ou duas baterias) de inspiração.
No masculino, ao menos, a justiça prevaleceu. Em todas as edições, o campeão foi o líder da temporada regular, confirmando o que já havia sido conquistado ao longo do ano.
No feminino, porém, a história é outra. A lista de campeãs — Carissa Moore (2021), Stephanie Gilmore (2022), Caroline Marks (2023), Caitlin Simmers (2024) e Molly Picklum (2025) — mostra diversidade, mas também injustiça.
Carissa, por exemplo, foi líder do ranking em três temporadas e só conseguiu confirmar uma. Em duas, perdeu o título no dia decisivo. É do jogo? Sim. Mas é justo? De forma alguma.
O balanço é claro: o WSL Finals não deixará saudades. Nem para os surfistas, que sempre criticaram a ideia de colocar tudo em jogo em um dia, nem para os fãs, que querem ver a temporada inteira valorizada.
Em 2026, o surfe volta ao que nunca deveria ter abandonado: pontos corridos, corte descartado e a grande decisão no Havaí. Um novo ciclo começa — e, dessa vez, do jeito certo.