Após ficar tetraplégico, ícone do judô anuncia que voltará a dar aulas no Japão
Por Redação
O japonês Yasuhiro Yamashita, um dos principais nomes da história do judô mundial, anunciou nesta semana o retorno à Universidade de Tokai, instituição onde construiu parte significativa de sua trajetória esportiva e acadêmica. Aos 68 anos, Yamashita vive desde 2023 com tetraplegia, condição adquirida após sofrer um acidente. Em entrevista coletiva, ele afirmou manter a expectativa de recuperar movimentos dos braços e das pernas.
A Universidade de Tokai teve papel central na formação de Yamashita como atleta. Foi representando a instituição que ele consolidou seu estilo competitivo e alcançou projeção internacional ainda jovem, tornando-se referência no judô japonês e mundial.
Yamashita encerrou a carreira com números que o colocam entre os judocas mais vitoriosos da modalidade. Foram 203 lutas sem derrotas ao longo da carreira, com apenas sete empates registrados. O retrospecto inclui três títulos mundiais e a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984.

Foto: Divulgação / Kishimoto
A conquista olímpica é um dos episódios mais lembrados de sua trajetória. Na final da categoria peso pesado, Yamashita venceu mesmo atuando com uma lesão na panturrilha direita.
A aposentadoria como atleta ocorreu em 1985. A partir daí, Yamashita passou a atuar em funções administrativas e técnicas. Ele trabalhou na Federação Internacional de Judô (IJF) e na Federação Japonesa de Judô.
Em 2007, esteve no Brasil durante o Campeonato Mundial de Judô, realizado no Rio de Janeiro, integrando a comissão técnica da seleção japonesa.
Além do esporte, Yamashita também teve atuação institucional relevante no Japão. Em reconhecimento à carreira, recebeu o Prêmio Nacional de Honra Japonês, concedido a personalidades que se destacam em suas áreas de atuação.
Desde o acidente sofrido em 2023, Yamashita passou a conviver com limitações físicas severas. O retorno à Universidade de Tokai, segundo ele, está ligado à continuidade de atividades acadêmicas, institucionais e de acompanhamento do judô, além de representar um passo simbólico em sua trajetória pessoal após o ocorrido.
O ex-judoca afirmou que segue em tratamento e mantém expectativas de evolução clínica, sem estabelecer prazos ou previsões médicas públicas.
