Coordenador da base do Palmeiras lamenta morte de jovem ex-jogador em Salvador :"Assassinado por causa de um erro"
Por Thiago Tolentino
Entrevistado do programa Charla Podcast nesta quinta-feira (13), o coordenador das categorias de base do Palmeiras, João Paulo Sampaio, relembrou o assassinato do jovem Diego Lima, ex-atacante das divisões de base do Bahia, Jacuipense e do próprio Alviverde. O dirigente baiano citou o caso ao discutir as dificuldades enfrentadas por atletas em início de carreira e a desigualdade na estrutura do futebol brasileiro.
"Há dois dias, um jogador que foi nosso aqui — lá de Salvador — passou pelo Palmeiras, já foi da Jacuipense e depois foi para o Bahia. Ele foi assassinado. E foi assassinado por causa de um erro, né? Tem uns que a gente não consegue salvar. Mas quantos o futebol salva? Quantos o futebol emprega?", afirmou.
Sampaio também fez questão de destacar o abismo financeiro existente entre jogadores de elite e a maioria dos profissionais da base.
"A ponta do iceberg são aqueles 4% que ganham dinheiro, é o que todo mundo quer ser. Os outros 84% dos jogadores no Brasil ganham um salário mínimo, R$ 2 mil. A gente vive a realidade desses 4% na televisão — é o que passa, é o glamour", concluiu.
CASO DIEGO LIMA
Diego Lima, de 20 anos, foi morto a tiros na manhã da última terça-feira (11), na localidade do Alto do Coqueirinho, no bairro de Itapuã, em Salvador. O jogador chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. A Polícia Civil investiga a autoria e a motivação do crime.
O atacante chegou a passar uma temporada na Inglaterra, onde mora o irmão mais velho, em busca de oportunidades no futebol internacional. Após dois meses, decidiu retornar ao Brasil. Segundo familiares, Diego sentia falta da rotina no país e dos costumes locais, como festas e paredões.
O sepultamento foi realizado na quarta-feira (12), no Cemitério de Brotas, em Salvador.
QUEM É JOÃO PAULO SAMPAIO?
João Paulo Sampaio, que iniciou a carreira no Vitória, é uma das figuras mais influentes na formação de jovens atletas no país. À frente da base do Palmeiras desde 2015, ele foi responsável por uma verdadeira revolução no clube, revelando talentos como Gabriel Jesus, Endrick, Estevão, Gabriel Menino e Danilo, além de conquistar mais de 200 títulos em diferentes categorias.
