Flamengo rebate Leila Pereira e confirma busca de acordo com clubes da Libra
Por Redação
Na última terça-feira (30), a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, propôs a criação de uma liga de clubes sem o Flamengo para solucionar o impasse que o clube carioca criou com a Libra (Liga do Futebol Brasileiro). Após as críticas da gestora, o Flamengo se pronunciou sobre o caso, nesta terça-feira (1º), e afirmou que busca um acordo com a liga "sem impor nada a ninguém".
Durante o comunicado publicado pelo Rubro-Negro, a equipe ressaltou que a questão gira em torno dos critérios de divisão de verba entre as receitas de transmissão de TV.
De acordo com o clube da Gávea, a Libra teve de votar dentre seis cenários para a divisão de receitas, e o estatuto impunha que a resolução teria de ser por unanimidade. Além da negativa do Fla, outros clubes votaram em cenários diferentes.
Confira a seguir os pontos falsos e verdadeiros que a equipe considerou durante a nota publicada:
É falso que o Flamengo não queira participar de uma Liga. Se fosse o caso, não teria ingressado na Libra.
É falso que o Flamengo esteja buscando uma “virada de mesa”. O Clube respeita os contratos — basta consultar todas as atas de reuniões para comprovar.
É falso que o Flamengo negue ter assinado contrato e queira reverter suas condições, mudando a regra do jogo. A convocação da Assembleia Geral da Libra em maio de 2025 é clara: convoca para a votação e aprovação de cenários relativos à audiência na venda dos direitos de transmissão.
É falso que o Flamengo esteja pleiteando receber de volta R$ 100 milhões.
É falso que tenha sido acordada qualquer definição de percentuais de audiência. O Estatuto é omisso nesse ponto. Por isso, a assembleia-geral da Libra teve que deliberar sobre a lacuna existente no estatuto. Não houve uma conclusão. O Flamengo votou contra a opinião dos demais clubes. Mesmo assim, a Globo pagou as parcelas, segundo o cenário proposto pela Libra, o que é ilegal, pois fere a unanimidade do Estatuto.
O Flamengo está cumprindo o Estatuto. Acontece que o Estatuto precisa ser complementado. Do Estatuto não constam os percentuais de audiência dentro dos 30% destinados a essa fatia na divisão dos direitos de transmissão — justamente o ponto que precisa ser regulamentado.
O Flamengo sempre buscou diálogo. A Liga apresentou cinco opções de cenários e o Flamengo acrescentou mais uma. Após a assembleia de agosto, o Flamengo procurou três clubes para negociar. Nos encontros, o Flamengo reiterou a proposta de se ter um cenário alternativo para 2025 (cenário 4) e discutir um critério para os anos de 2026 a 2029. Nenhum clube aceitou discutir nada, mantendo postura irredutível.
O Flamengo sempre esteve aberto a acordo, mas nem a Libra nem os clubes apresentaram qualquer contraproposta em qualquer momento, desde fevereiro de 2025.
Não há qualquer documento que comprove a definição dos percentuais de audiência.
O Estatuto tem uma regra de transição que assegura, a todos os clubes, receber um valor mínimo garantido nos anos de 2025 a 2029, equivalente à quantia recebida em 2023 corrigido pelo IPCA. Se esta regra do Estatuto tivesse sido respeitada em 2025 o Flamengo receberia R$ R$ 321.181.432 nesse ano.
Ao considerar como válida uma aprovação irregular (sem unanimidade) e distribuir recursos sem respaldo estatutário, (pagamentos feitos pela Globo) a Libra age de forma ilegal.