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Participação do Crystal Palace na Liga Europa fica ameaçada por conflito de interesses de John Textor

Por Redação

Fotos: Reprodução/Instagram

Após conquistar de forma histórica a Copa da Inglaterra no dia 17 de maio deste ano, o Crystal Palace garantiu sua vaga na próxima edição da Liga Europa. No entanto, a participação do clube no torneio continental está ameaçada por conta do envolvimento do empresário John Textor, que também é dono majoritário do Lyon, da França, outro classificado para a competição.

 

A situação se tornou delicada porque a Uefa não permite que dois clubes controlados pelo mesmo proprietário disputem simultaneamente a mesma competição europeia. Embora Textor não seja majoritário no clube inglês, sua participação de aproximadamente 45% das ações levanta dúvidas quanto ao cumprimento das regras da entidade.

 

De acordo com a informação do jornal português A Bola, veículada nesta terça-feira (3), o Crystal Palace mantém otimismo e pretende argumentar à Uefa que Textor é apenas um acionista “em pé de igualdade com os restantes” e que, portanto, não exerce controle sobre o clube.

 

O imbróglio ocorre no momento em que o empresário americano busca vender sua participação no Palace. Desde maio, ele já havia declarado ao The Athletic que contratou a consultoria Raine para encontrar investidores dispostos a assumir sua fatia no clube. "Chegamos ao ponto em que temos um investimento significativo em um clube que detemos minoria das ações (no Palace)", disse Textor.

 

"Estamos tendo extremo sucesso no Brasil e no nosso começo na França, (e) não ter o mesmo nível de integração com nosso parceiro no Reino Unido… fica cada vez mais claro que esse nível de colaboração que queremos e precisamos funciona", completou.

 

Para tentar resolver o impasse, dois grupos de investidores estão na disputa pela compra da participação do americano no clube londrino. De um lado, um consórcio formado por empresários da Arábia Saudita e dos Estados Unidos, que assinou um acordo de exclusividade com a Eagle Football, holding de Textor. Fazem parte desse grupo nomes como Jason Kidd, técnico do Dallas Mavericks, Bejan Esmaili, ex-executivo do Morgan Stanley, e Wajid Mir, ex-dirigente da Roc Nation. O financiamento parte dos irmãos Mansoor e Haider Syed, que lideram um fundo criado especialmente para a aquisição de um clube europeu.

 

A proposta inicial do grupo ficou abaixo do esperado, mas foi elevada para US$ 185 milhões (R$ 1,1 bilhão), o que foi considerado suficiente para avançar na negociação, ainda sujeita à aprovação da Premier League.

 

Paralelamente, o grupo Sportsbank, liderado por Keith Harris, ex-diretor do Everton, busca investir diretamente na Eagle Football, sem adquirir a participação no Palace. Nesse cenário, Textor abriria mão de sua cadeira no conselho do clube, mas a holding manteria suas ações, com o objetivo de futuramente buscar uma participação majoritária.

 

Ambas as propostas estavam, até ontem, no estágio de due diligence e na comprovação de fundos. O acordo será fechado com quem cumprir primeiro as exigências e formalizar um contrato vinculante. Apesar disso, a preferência de Textor é pela negociação com o Sportsbank, o que permitiria utilizar os recursos para uma nova tentativa de assumir o controle majoritário do Palace.

 

O empresário americano, que comprou 40% do Crystal Palace em 2021 por 87,5 milhões de libras, ampliou sua participação para cerca de 45% após investir mais 30 milhões de libras. Desde então, enfrenta divergências constantes com o presidente do clube, Steve Parish, e com os sócios Josh Harris e David Blitzer, que detêm 25% dos direitos de voto cada.

 

Nos últimos três anos e meio, Textor acumulou frustrações em tentativas de assumir o controle do clube inglês, inclusive a mais recente, em agosto, que sequer recebeu resposta formal dos sócios. As divergências passam principalmente pelo modelo de multiclubes adotado pelo americano, que além do Lyon, controla também o Botafogo, no Brasil, e o RWD Molenbeek, na Bélgica.

 

Caso venda a sua participação ao grupo americano-saudita, Textor deixará definitivamente o Crystal Palace. No entanto, se fechar acordo com o Sportsbank, sua holding continuará acionista, embora ele passe a atuar com menos envolvimento direto na gestão do clube.