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Opinião: Vitória é a bomba-relógio que Jair Ventura tentará desarmar, mas o estouro parece mais próximo

Por Thiago Tolentino

Foto: Victor Ferreira/EC Vitória

"Tic-tac, tic-tac, tic-tac". Esse é o barulho que certamente vai ecoar na cabeça do torcedor do Vitória até o fim do Campeonato Brasileiro. E cabe a Jair Ventura agora fazer o papel de desarmar a bomba-relógio que tem nas mãos. Já fez em outras oportunidades, é verdade, mas diante de tantos erros de planejamento capitaneados pelo presidente Fábio Mota e sua diretoria, a missão se torna ainda mais complexa. O relógio segue correndo, e cada rodada pode ser o estopim definitivo entre a esperança e a tragédia rubro-negra.

 

Jair Ventura já livrou três times da zona de rebaixamento e tem como o Vitória seu décimo clube da carreira. De todos os dez que treinou, soma aproveitamento acima da média em apenas dois, e sobram seis aproveitamentos negativos. A média da carreira é de 46,14% num total de 354 jogos comandados, 134 vitórias, 88 empates e 132 derrotas. Os números de fato assustam e tampouco credenciam Jair como o nome ideal para assumir o Vitória, mas, a nível de curiosidade, salvou Goiás, Juventude e Sport com aproveitamentos negativos — o que o credencia como um bombeiro, mas não como um milagreiro.
 

Antes de pensar em desarmar essa grande bomba-relógio, Ventura terá a partir de agora que conter algumas explosões. Entre as mais recentes, estão o temperamento de Dudu, o baixo poder de decisão e a pouca estabilidade defensiva. A maior de todas, talvez, será conter os danos psicológicos instaurados dentro do elenco, principalmente após os jogos em casa.

 

A verdade é que Jair Ventura não é protagonista deste enredo, mas um personagem convocado às pressas para tentar salvar o clube dos próprios erros. O Vitória voltou à Série A com expectativa de reconstrução, mas vem se perdendo em apostas fracassadas desde a temporada anterior e em uma gestão que coleciona equívocos, mesmo se livrando do rebaixamento em 2024. O resultado é um time sem identidade, uma torcida cada vez mais descrente e um ambiente interno em constante ebulição.

 

Quatro treinadores, contratações que deram errado, eliminações e resultados vexatórios dentro do Barradão, trocas de cargo internas, cota de TV vendida. Se a temporada de 2025 do Vitória fosse um roteiro de um filme, já era certo que o resultado seria negativo. O futebol não costuma premiar tantos erros, e os mais fiéis precisam crer que os deuses do futebol abençoem uma campanha que caminha para ser uma das mais desastrosas da história rubro-negra na Série A.

 

No fim das contas, o torcedor já não espera milagres. Apenas que o relógio não estoure antes da hora. Mas, pelo barulho incômodo do tic-tac, a explosão parece cada vez mais próxima.