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Entrevistas

Entrevista

Gleisi afirma que pediu ao PT estadual para ter Lídice na chapa, mas não foi atendida - 16/07/2018

Por João Brandão / Bruno Luiz

Fotos: Cláudia Cardozo/ Bahia Notícias

Além de se posicionar publicamente, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, reivindicou para a Executiva Estadual da sigla a participação da senadora Lídice da Mata (PSB) na chapa do governador Rui Costa à reeleição. No entanto, apesar das discussões internas, seu desejo não foi atendido. No fim das contas, o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Angelo Coronel (PSD), acabou sendo o escolhido.

 

Em entrevista ao Bahia Notícias, Gleisi falou sobre o assunto. “Nós fizemos a discussão. Eu me posicionei. Obviamente que escutei o partido aqui, os posicionamentos do governo. Esse é um fato já resolvido. Vamos seguir em frente, fazer a disputa eleitoral”, afirmou.

 

Durante a conversa, a senadora também reafirmou, como de costume, a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, mesmo que improvável. Criticou a guerra de liminares em torno da soltura do petista, afirmou que há um conluio do Judiciário contra e disse que Lula chegou até a arrumar as malas para sair da prisão. Mas acabou frustrado. Leia abaixo a entrevista completa. 
 

Vamos falar da questão local, presidente. Teve algum tipo de debate com a executiva estadual do PT em relação à exclusão de Lídice da Mata da chapa majoritária?
Nós fizemos a discussão. Eu me posicionei. Obviamente que escutei o partido aqui, os posicionamentos do governo. Esse é um fato já resolvido. Vamos seguir em frente, fazer a disputa eleitoral. A senadora Lídice vai ser candidata a deputada, e espero que seja uma das mais votadas da Bahia.

 

A senhora respeita essa decisão de exclusão dela da chapa?
Já tinha dado minha opinião, inclusive defendendo que Lídice ficasse na chapa. Entendo que cada estado tem seus processos e decisões. Portanto, aqui foi tomada, então é um assunto superado. Temos que viabilizar a candidatura dela para deputada federal.

 

A senhora acha que o Senado é a melhor forma de acomodar Jaques Wagner?
Não é acomodar, né? Jaques Wagner é uma liderança popular na Bahia . Ser eleito senador não é uma acomodação, é um desafio, porque no Senado da República passam as grandes questões nacionais e os interesses locais também.

 

 

O jornal Folha de S. Paulo mostrou recentemente que o nome do ex-governador passa a ser ventilado como plano B dentro do partido. Isso é verdade?
Jaques Wagner é um grande nome nacional que nós temos. Não tenho dúvida que seria uma excelente candidatura para presidente da República. Mas não é essa a decisão do partido e vou reafirmar: nosso candidato a presidente é Lula. Nós vamos registrar a candidatura dele e vamos brigar por ela. 

 

A demora e as estratégias do partido na manutenção do nome de Lula na imprensa, haja vista a alta impossibilidade de ele concorrer ao pleito, não estão dizimando a quantidade de votos que sairá para quem vier a ser apoiado pelo partido?
Lula é o que mais tem força eleitoral. Os votos dele têm resiliência. Está há 100 dias preso sendo o primeiro nas pesquisas de opinião. Isso mostra que as pessoas querem votar em Lula independente da situação em que ele se encontra. 

 

Nessa possibilidade de Wagner deixar a candidatura ao Senado para concorrer à Presidência, Lídice poderia assumir a vaga deixada?
Essa não é uma discussão dentro do partido. Nós vamos registrar a candidatura de Lula no dia 15 de agosto. Vamos brigar para que Lula dispute as eleições. Toda briga judicial e política, junto ao TSE. Acho que dá pra vencer. Se não desse, nós não faríamos. A gente faz porque acredita que é possível.

 

 

 

Wagner se reuniu essa semana com o presidente do PR, Waldemar da Costa Neto. Como foi essa reunião?
Eu não participei da reunião, apenas recebi o relato. Foi para falar sobre o Josué Alencar, que se filiou ao PR, uma pessoa por quem temos bastante carinho. Para dizer ao Valdemar que temos um carinho com o Josué e gostaríamos de tê-lo nessa caminhada junto com o presidente Lula. 

 

Falando sobre aquela guerra de liminares pela soltura ou não do ex-presidente Lula. Como o partido recebeu isso? 
Aquilo foi um horror. Total desrespeito ao devido processo legal, ao estado democrático de direito. Não se cumpriu decisão judicial. Isso joga o país na instabilidade. A partir de domingo, qual que é a referência de decisão judicial? É para se cumprir ou discutir? É para fazer marola? Um conluio do Sergio Moro com a Polícia Federal para atrasar o cumprimento e dar tempo de o TRF-4, através de dois desembargadores, se manifestar. E agora continuamos vendo isso com o posicionamento da presidente do STJ [Superior Tribunal de Justiça], da PGR [Procuradoria-Geral da República]. É muito ruim o que está acontecendo. Isso descredencia o Brasil da respeitabilidade jurídica no mundo. Isso é feio demais. Nós vamos continuar insistindo na liberdade do Lula. Ele é um preso político. É uma violência o que ocorre com o ex-presidente. 

 

O PT realmente acreditava que Lula poderia deixar a prisão naquele dia?
Acreditava, sim, porque a sentença do desembargador era muito bem fundamentada. Tinha um fato novo sobre isso, que era o tolhimento dele de exercer seus direitos políticos. Lula é pré-candidato, está perante a Constituição e a legislação em condições de ser candidato. Só poderia ter restrição se o processo dele tivesse tido o mérito julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Isso não aconteceu. Se ele tem os seus direitos, tem que ter acesso a tudo o que os outros têm. Às sabatinas, às entrevistas, às gravações, às participações nas ações partidárias, pelo menos as oficiais, como encontros, convenções. O juiz viu que isso tava sendo tolhido de Lula. Em base desse tolhimento, ele concedeu a soltura, considerando que a prisão em segunda instância tem que ser fundamentada. No caso de Lula, ela não foi. Não existe prisão em segunda instância automática. O TRF-4 e Moro tinham que fundamentar porque Lula deveria ser preso após decisão de segunda instância. Qual o risco que ele oferece para a sociedade, para o processo? Isso não aconteceu.

 

Como ele recebeu essa possibilidade de deixar a prisão?
Eu acho que com muita esperança de realmente sair. Ele chegou a arrumar as coisas dele, foi informado pelo agente da Polícia Federal. Os carros foram emparelhados para ele sair. E aí, com toda essa manobra, esse conluio, não permitiram o cumprimento de sentença. Obviamente, houve uma frustração.

 

 

A senhora tem contato com o Lula na cadeia. Como está o ex-presidente?
Está firme e forte. Indignado com tudo o que está acontecendo. Se acha injustiçado, mas acha que o povo brasileiro é o que mais sofre com o golpe no país. Lula sabe o seu papel, sabe que precisa ter força para enfrentar isso e está disposto a fazê-lo.

 

Uma juíza determinou que o ex-presidente não pode conceder entrevistas dentro da prisão. Como a senhora vê isso? Como mais um conluio do Judiciário contra Lula?
Absurda. Totalmente absurda. Tivemos situações em que criminosos declarados deram entrevista na prisão. O ex-presidente Lula, que está preso de forma inocente, é um líder político, não pode dar entrevista? Isso só deixa mais clara a perseguição desse Judiciário contra ele. 

 

Falam que a campanha de reeleição de Rui Costa aqui na Bahia será uma das prioridades do PT. Essa prioridade vai ser transformada em maior fatia do fundo partidário para a campanha dele?
Ela é a prioridade, junto com outros 5 governadores, que são prioridade na reeleição e que terão assistência do partido. Obviamente que a Bahia, pela grandeza que tem, vai receber do fundo partidário proporcionalmente ao tamanho que ela tem. Estamos terminando as discussões de repartição do fundo partidário e devemos ter uma prévia de apresentação agora no dia 20, na reunião da Executiva Nacional do partido. Mas ainda não fechamos isso. Então não tenho como te falar de valores.

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