Proibição de fumos 'cenográficos' é polêmica em SP

Em vigor em Salvador desde o dia 1º de junho - e sem nenhuma polêmica até agora, a lei que proíbe fumar em ambientes fechados e de usos coletivos começa a valer em todo o Estado de São Paulo na próxima sexta-feira (7). A proibição do uso de cigarros em teatros é a que mais tem gerado controvérsia por lá.

 

Quem quiser fumar qualquer produto - seja cigarro, cachimbo ou charuto - "cenográfico" deverá, a partir desta semana, pedir autorização judicial, segundo matéria divulgada nesta segunda-feira, na Folha. No pedido, deve-se explicar o porquê do uso da fumaça no palco, cabendo ao juiz, então, decidir se o fumo é ou não imprescindível na construção da cena.

 

A atriz Mika Lins, em cartaz com a peça "Memórias do Subsolo", na capital paulista, é uma das que estão preocupadas com a lei. Ela enxerga as novas medidas como um cerceamento da liberdade artística. "Eu fumo dois cigarros em cena, a frente do cenário tem um monte de bitucas. Faz parte da concepção do espetáculo, é quase um acessório de pensamento", afirma, dizendo que é um absurdo ter que se justificar.

 

"É uma lei de saúde pública. Não foi pensada para espetáculos teatrais. Isso vai mudar", acredita o diretor do teatro N.e.x.t, em São Paulo, Antonio Rocco. Para ele, deve existir um salvo-conduto no caso de teatros, assim como já foi definido para tabacarias e afins e cultos religiosos "em que o uso de produto fumígeno faça parte do ritual".

 

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