Deputadas pedem diligência na Palmares para avaliar preservação de acervo histórico
As deputadas petistas Benedita da Silva e Erika Kokay apresentaram à Comissão de Cultura da Câmara, nesta terça-feira (8), um pedido de diligência “a fim de averiguar as condições estruturais da nova sede, bem como as de preservação e conservação integral de todo acervo histórico" da Fundação Palmares.
De acordo com informações da coluna de Lauro Jardim, em O Globo, a preocupação se dá com a mudança da instituição para o antigo prédio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em Brasília. O local, segundo as parlamentares, tem "infiltrações e avarias as mais diversas".
As deputadas apontam ainda que "todo o acervo documental museológico, documental e arquivístico está encaixotado - correndo grave risco de deterioração pela forma criminosa com que é tratado pela direção do órgão".
Após o presidente da Palmares, Sérgio Camargo, se recusar a participar de audiência pública sobre a crise institucional da fundação, na segunda-feira (7), Benedita, que é presidente da Comissão, fez duras críticas à atuação dele à frente da Palmares.
"Não me sento à mesa para dialogar com pretos racistas. Benedita da Silva me chama de capitão do mato a mando do Bolsonaro. Vá procurar sua turma. Não existe crise institucional na Palmares", postou Camargo, sobre a ausência.
Segundo a Folha de S. Paulo, Benedita, por sua vez, afirmou que "estamos vivendo uma trágica alteração do papel das instituições públicas e também do papel dos gestores". "Estamos pedindo que o senhor Sérgio Camargo não destrua aquilo que ele nunca deu uma contribuição para que existisse", pontuou a deputada, citando os “inúmeros agravos e denúncias em relação à Fundação Cultural Palmares —da saída de diretores, perda de estrutura e da paralisia em políticas públicas da valorização, da promoção e fomento da cultura afro-brasileira”.
Na ocasião, Benedita iformou ao O Globo que apresentaria um requerimento para convocar o ministro do Turismo, Gilson Machado, para dar explicações sobre a condução do trabalho de Camargo. Isto porque a fundação é subordinada ao ministério, e o gestor não pode ser convocado.
Na mais recente polêmica de Camargo, que já classificou o movimento negro como “escória maldita”, ele prometeu excluir obras sobre o escritor e guerrilheiro comunista baiano Carlos Marighella (1911-1969) e do revolucionário marxista Che Guevara do acervo da instituição (saiba mais).