Estúdios cinematográficos da Vera Cruz serão revitalizados após 61 anos sem funcionar

Após 61 anos sem funcionar, dois estúdios da Companhia Cinematográfica Vera Cruz serão revitalizados. A recuperação dos galpões, localizados em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, está orçada em R$ 156 milhões e deve começar em agosto deste ano. As obras serão realizadas pela empresa Telem (Técnica Eletro Mecânica) e deverão respeitar a arquitetura original de ambos os estúdios, construídos em uma área de 45,6 mil m². Segundo informações do Portal G1, de São Paulo, a licitação prevê a instalação de sete estúdios, salas de pré e pós-produção, estacionamento, revitalização do teatro e cinema, além do Memorial da Companhia Vera Cruz. "Este espaço vai abrigar o acervo iconográfico adquirido da família Khouri [cineasta Walter Hugo Khoury]. Parte do material foi adquirido pelo Ministério da Cultura e está sendo recuperado. Outra parte está com a Prefeitura [de São Bernardo do Campo] e será recuperada e exposta no novo espaço", disse Osvaldo de Oliveira Neto, secretário de Cultura da cidade, ao G1. Criados em 1949, os estúdios foram idealizados pelo italiano Franco Zampari e serviram de cenário para mais de 20 filmes, entre eles "Painel" (1950), "Santuário" (1950) e "O Cangaceiro" (1953), todos dirigidos por Lima Barreto; "Tico-tico no Fubá" (1952), de Adolfo Celi; "Sinhá Moça" (1953), de Tom Payne;  e "É proibido Beijar" (1954), de Ugo Lombardi. Após cinco anos de funcionamento, a Vera Cruz fechou as portas e, durante décadas, foi usado para realização de convenções e feiras de diversos tipos.

Câmera acoplada no capô de cum carro usado em gravações externas. Foto: Arquivo Companhia Cinematográfica Vera Cruz
Imagens de bastidores da gravação do filme 'Tico-tico no Fubá". Foto: Arquivo Companhia Cinematográfica Vera Cruz