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Artigo

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Uma pitada de crítica não faz mal

Por Ana Paula Santos

Milton Santos nos alertara em um dos seus clássicos, "Por Uma Outra Globalização - do Pensamento Único a Consciência Universal", que a mídia confunde mais do que informa. Sendo assim, não vejo como negativo o Jornal Nacional mudar o tom conforme artigo publicado no Observatório da Imprensa esta semana [após a veiculação da entrevista com o presidenciável Aécio Neves (PSDB)].
 
Penso que a insatisfação do público com o formato de entrevista veiculada no JN é porque a qualidade das perguntas exige uma compreensão mais ampla do que está sendo discutido. Não é um conteúdo meramente referencial e segue na contramão da propaganda eleitoral que, na maioria das vezes, procura seduzir o eleitor com um discurso idílico sobre perspectivas para o nosso país.
 
Outro ponto que merece ser destacado é a postura do eleitorado brasileiro: infelizmente a maioria da população é mais influenciada pelas estatísticas das pesquisas eleitorais, a exemplo, do Ibope, do que por uma postura cidadã. Ou seja, a formação política do eleitorado brasileiro é precária. Precisamos reconhecer que mesmo na democracia ainda temos vertigens do coronelismo e fragilidades no campo educacional o que nos impede de amadurecer alguns comportamentos sobre política.
 
Sim, precisamos entender que política não é algo ruim. Que indiferença no que diz respeito aos projetos que vão mudar a nossa cidade, estado e país não ajudam, ao contrário, só aumentam os problemas.
 
Então, como a maioria da população se mantem informada através do mais importante telejornal do país é interessante que este veículo de alguma forma faça com que o eleitor pesquise sobre os partidos e os candidatos (as) que estão concorrendo ao posto público mais relevante do Brasil!
 
Agente transformador da sociedade- Valor notícia, critério de noticiabilidade, pauta, gatekeeper: todos este códigos linguísticos fazem parte do mundo dos jornalistas e por isso precisamos refletir sobre a importância, do jornalismo político, como agente transformador da sociedade, em tempos que a notícia sobrevive em função do mercado. E os assuntos de interesse público? Como o jornalismo político pode despertar o discernimento para consciência e o exercício da cidadania?
 
A função do jornalismo é prestar serviço a sociedade no sentido de manter os cidadãos informados principalmente nos que diz respeito as ações do estado, ou seja, a política tem um lugar de destaque neste processo. Quanto ao jornalismo político, penso que seu objetivo não é sustentar o "status quo", muito menos estar à serviço do poder, mas vigiá-lo de modo que a sociedade possa acompanhar o desempenho profissional dos gestores públicos e compreender que, quando elegemos um representante, precisamos ficar atentos sobre seu comportamento ético e moral e a atuação do seu partido político.
 
Para finalizar, sim! Uma pitada de crítica não faz mal. Entretanto, não sejamos tolos porque a Globo, assim como outros grupos hegemônicos não são imparciais e os assuntos sobre políticas públicas voltadas para as classes populares e grupos historicamente discriminados não estão inclusos em seus interesses!


* Ana Paula Santos é jornalista, produtora, apresentadora

Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias.

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