Esgoto de Camaçari é ameaça real a Salvador
A solução para o problema do saneamento básico em Camaçari foi apresentada há dez anos, na gestão do então prefeito Helder Almeida e antes do primeiro governo de Luiz Caetano, que não levou adiante o projeto de efetuar o lançamento do esgoto tratado de forma terciária na bacia do Rio Capivara ou na reutilização industrial. Na época, pseudo-entidades ambientais a serviço do PT, partido que era oposição, se colocaram contra o projeto alegando que a nascente do Capivara seria prejudicada. Logo no primeiro governo de Caetano, entretanto, essas mesmas pseudo-entidades permitiram que a nascente fosse ocupada irregularmente e não investiram para solucionar a questão.
O mundo inteiro sabe que o melhor hoje é se investir no reuso do esgoto tratado, e não simplesmente jogá-lo no mar sem possibilidade de nova utilização. Esse era o objetivo do projeto desenvolvido na gestão do ex-prefeito Helder Almeida. Tecnicamente falando, inclusive, seria a solução mais fácil, barata e ambientalmente melhor. As indústrias, por exemplo, poderiam reutilizar esse efluente tratado. Ao invés de adotar o modelo, o governo petista optou por, através da Embasa, destinar o esgoto à Cetrel, que cobra caro por lançar o esgoto no mar sem que haja qualquer tratamento adequado por falta de investimento do poder público municipal. E essa solução também sairá mais caro ao consumidor, que certamente sofrerá com um reajuste abusivo na conta de água.
A gestão anterior ao primeiro governo de Caetano deixou projetos e recursos previstos no Prodetur para fazer o tratamento secundário e terciário do esgoto, reaproveitando a água que poderia ser utilizada pelas indústrias. Mas os nossos adversários disseram não e, depois de dez anos, continuamos com o esgoto sem tratamento adequado, e com uma rede de saneamento básica que sequer foi concluída. É realmente inexplicável. E o pior é que a prefeitura silencia sobre o assunto.
Na orla de Camaçari, onde havia projetos e recursos do Prodetur já alocados para o tratamento adequado do esgoto, a situação é ainda pior. O esgotamento sanitário de localidades como Catu de Abrantes, Vila de Abrantes, Jauá, Arembepe, Jacuípe, Guarajuca e Itacimirim simplesmente foi esquecido, fazendo com que o sistema de lagoas da região fosse completamente contaminado, numa verdadeira tragédia ambiental. O que fizeram com com os recursos? Perguntar não ofende, afinal a transparência no uso dos recursos públicos é uma obrigação da prefeitura e um direito do cidadão.
Antônio Elinaldo é vereador pelo Democratas de Camaçari