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Artigo

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Liberdade X Licença

Por Robson Wagner

Essas duas palavras podem até parecer semelhantes, mas têm significados diferentes,especialmente no campo das redes sociais e, sobretudo, na política. E a diferença entre elas, hoje, vem se tornando uma grande dor de cabeça para nós (os comunicadores/marqueteiros, apoiadores e, especialmente, os políticos).

 

Eis a etimologia dos dois termos:

  • Liberdade vem do latim libertas, derivado de liber (“livre”). Desde a Roma Antiga, o termo expressa a condição de não ser escravo e de poder agir conforme a própria vontade, mas também sempre carregou o sentido coletivo e político de participação cidadã.
  • Licença vem do latim licentia, derivado de licet (“é permitido”). A palavra traduz a ideia de permissão concedida por uma autoridade ou pela lei.

 

Até agora, infelizmente, na Bahia, parece que vai se repetir o modelo do Brasil. Teremos a liberdade de votar, mas não teremos a licença de escolher entre mais que dois nomes “viáveis”. O que mais incomoda os eleitores é a falta de propostas. Parece um déjà-vu: já se vão quase três anos e as pautas, tanto no Brasil quanto na Bahia, continuam as mesmas.

 

Nossos candidatos a deputados, senadores, governador e presidente têm liberdade e licença de dizer o que quiserem. Mas, mais uma vez, por falta de um bom planejamento parece que vão chegar atrasados no ano que vem. Eles têm a liberdade de propor tudo o que acreditam ser melhor para o povo, de convidar a sociedade a acompanhá-los em seus projetos. Só não têm a licença de pedir o voto diretamente ou divulgar seu número antes do tempo permitido por lei.

 

Chega a impressionar que, mesmo em tempos de Inteligência Artificial, os candidatos, talvez por limitação, talvez pela miopia dos seus acompanhantes de almoços em shoppings e restaurantes de estrada, insistam em acreditar que o povo já entendeu aquilo que eles ainda nem conseguiram propor com clareza.

 

E com a liberdade que sinto de escrever, posso afirmar: já ouvi e conheci pelo menos 100 candidatos a deputado federal que “já estão eleitos”, (para 39 vagas), 250 estaduais (para 63 vagas) e 69 chapas majoritárias para a Bahia (quando só entra uma por coligação). 

 

Enfim, liberdade é falar em Bolsonaro com Boulos como vice, e Lula com Eduardo Bolsonaro. Ou seja: a liberdade é poder falar o que quiser.

 

Mas falta a licença de saber até onde ir, o que falar e a coerência necessária, para não parecer tolo acreditando que apenas dinheiro puro ganha eleição ou que funcionários sem CLT, travestidos de lideranças, vão garantir “pelo menos 10 mil votos cada um, por baixo” (rs).

 

Ainda bem que vivemos num país democrático, onde eu tenho a liberdade de dizer o que penso, mas não tenho a licença de ofender ou agredir ninguém, especialmente nas redes sociais.

 

Sugestão de quem já fez mais de 200 campanhas políticas: procure um bom profissional para assesorá-lo e usufrua “sem moderação” da liberdade de apresentar propostas, respeitando sempre a licença do que a lei permite. E lembre-se: é preciso trabalhar muito. Se o cansaço apertar, com autorização médica, cinco gotinhas de Rivotril podem ajudar a dormir; e ao acordar, um café bem forte ou, para quem preferir, um Red Bull.

 

*Robson Wagner é CEO da W4 Comunicação

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias

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