A Força Essencial da Advocacia
No dia da advocacia, celebramos mais que uma profissão. Celebramos uma história que atravessa séculos, feita de coragem, de sacrifícios e de compromissos inabaláveis com a Justiça. Celebramos homens e mulheres que, ao longo do tempo, foram ponte. Ponte entre o cidadão e seus direitos, entre a dor e a reparação, entre a esperança e a concretização da justiça.
A advocacia é mais que um ofício. É um chamado. Um chamado para estar onde a voz do cidadão precisa ecoar, onde a liberdade precisa ser protegida, onde a democracia precisa ser defendida. Ser advogado, ser advogada, é carregar nos ombros a responsabilidade de transformar direitos em realidade, e fazer isso com probidade, coragem e humanidade.
Nossas prerrogativas não são privilégios. São as garantias que nos permitem enfrentar o poder quando necessário, dizer a verdade mesmo quando ela incomoda, e sustentar que não existe justiça sem defesa plena. Defender prerrogativas é defender a cidadania. É garantir que ninguém, absolutamente ninguém, enfrente o sistema de justiça sozinho.
Sei que os tempos mudam. Sei que a sociedade muda. Mas a essência da advocacia permanece. Permanecemos como sentinelas da liberdade. Permanecemos como guardiões da Constituição. Permanecemos como construtores de pontes — pontes que unem o presente e o futuro, a lei e a vida, o direito e a justiça.
Vivemos também a era das transformações tecnológicas, e é natural que surjam dúvidas sobre o impacto da inteligência artificial e das novas ferramentas digitais em nosso ofício. Mas é preciso dizer, com toda a clareza: nenhuma tecnologia substituirá o valor humano da advocacia. Porque não há algoritmo que compreenda a dor, a dignidade, a história de um cidadão. Aqueles que souberem usar essas inovações como aliadas serão ainda mais eficazes em sua missão e se tornarão vozes ainda mais qualificadas na defesa dos direitos da cidadania.
Hoje, reafirmo meu compromisso com cada advogado e cada advogada deste Estado. Compromisso de defender nossa profissão, de honrar nossa história e de lutar para que possamos exercer nosso papel com dignidade, onde quer que estejamos, na capital ou no interior, nos grandes tribunais ou nas longínquas comarcas.
Até porque, a advocacia não se curva. A advocacia não se cala. A advocacia se ergue, se reinventa e segue em frente.
E enquanto houver um cidadão em busca de justiça, haverá uma advogada, haverá um advogado, prontos para atravessar a ponte e estar ao seu lado.
A advocacia é, e sempre será, essencial à Justiça. E é essa certeza que nos guia. Ontem, hoje e sempre.
*Hermes Hilarião é Vice-Presidente da OAB-BA
*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias