Carnaval, vida e política
O prefeito de Salvador ACM Neto confirmou, na manhã de hoje (27), o cancelamento do carnaval 2021 em fevereiro e das demais festas populares. A medida tem o intuito de promover o fundamental enfrentamento à Covid-19.
Entretanto, não basta a Prefeitura apenas anunciar a suspensão do Carnaval. Imagino que seja a decisão acertada, mas não pode ser a única.
Quando uma atividade da dimensão do Carnaval, com grande centralidade na vida da cidade, é suspensa pergunto: que políticas e ações serão oferecidas em substituição?
Frente ao impacto gigantesco deste cancelamento, que medidas serão tomadas pelos entes responsáveis para mitigar esses impactos para toda a rede produtiva sustentada pela economia das festas? Existe todo um ecossistema de trabalhadoras e trabalhadores que têm nessas festividades o seu sustento.
Mas lembremos que a festa não é só economia. Há a dimensão das vidas ali colocadas: convívio, sociabilidade, comunidade e fé. E a estas dimensões não se respondem com decretos.
O vazio não pode ser a única resposta dos poderes públicos. Não caberia convocar os conselhos de cultura e carnaval e outras organizações envolvidas no calendário de festas para discutir a questão? Devemos pensar e garantir os mecanismos de escuta da população que faz e vive nossas festas.
*Maria Marighella é vereadora eleita pelo PT
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