Daniel Cady comenta sobre controle de alimentação de crianças e relembra história de restrição com Marcelo Sangalo
O nutricionista Daniel Cady comentou, nesta segunda-feira (27), sobre os desafios que pais enfrentam no controle de uma alimentação saudável com os filhos nas famílias brasileiras. Durante entrevista ao podcast Vida em Equilíbrio, do Bahia Notícias, Cady observou sobre as tentativas das famílias em controlar os alimentos que são consumidos pelos pequenos.
O especialista sugeriu que os pais não sejam excessivamente controladores com os adolescentes, especialmente em festas, para não desgastar o relacionamento. Ele mencionou ainda a forte influência da publicidade de comida ultraprocessada.
“Adolescente é o seguinte ao meu ver, dentro de sua casa você [pais] é um exemplo. Siga fazendo o que você acha melhor e torcendo para que eles comam o que tem em casa. Evite ter em casa um sonho, enroladinho, uma garrafa de refrigerante na porta. Mas quando seus filhos estiverem na rua, em uma festa, finge que você não vê, faça vista grossa. Não fique no pé, pois isso vai desgastar a sua relação com seus filhos. Infelizmente, essa é a faixa etária que recebe de forma mais pesada a publicidade de comida ultraprocessada", explicou.
O marido de Ivete Sangalo compartilhou também uma experiência pessoal com seu filho, Marcelo Sangalo, de 16 anos. Cady detalhou que tentava controlar rigorosamente a alimentação de Marcelo na infância.
No entanto, ao entrar na escola, ele começou a ter acesso a comida dos colegas (salgadinhos, doces) porque estava sendo apresentado a esses alimentos pela primeira vez e chegou a comer comida de seus colegas. Foi na ocasião, que o pai de Marina e Helena percebeu que sua tentativa de controle rigoroso seria um erro, pois o garoto não sabia lidar com a exposição a esses alimentos fora de casa.
"Eu apertava muito a mente dele [Marcelo Sangalo], quando ele ainda era pequeno, tentando controlar. Ele com 3 anos de idade, quando entrou na escola, eu mandava o lanche dele e ele viveu dentro de uma bolha. Chegou na escola, o lanche dele era uma banana, uma maçã e umas castanhas de caju, um mix de castanhas. Ele comia isso e não reclamava. Quando chegou na escola uma vez, primeiro dia de aula, a professora me chamou e falou que Marcelo estava comendo a comida dele e de todos os colegas, saia catando o que sobrou. Aí eu, na minha ignorância, na minha visão míope, achei que ele estava com fome. E não era fome, é porque ele estava sendo apresentado [a outros alimentos]. Tinha colegas dele que comiam batata, salgadinho, bolo com cobertura de brigadeiro, que é uma coisa que ele comia de vez em quando em aniversário. Ele pensou que a banana com a maçã não tinha graça. Depois fiz palestra na escola, enfim, acabei privando meu filho durante um tempo de resistir. É importante ter um meio termo, uma flexibilidade”, relembrou Cady.