Juiz monta banda de rock com adolescentes infratores
Um juiz do Rio Grande do Sul formou uma banda de rock com jovens que ele mesmo condenou por crimes como tráfico, roubo e até homicídio. De acordo com o jornal Folha de São Paulo, a banda ganhou o nome de Liberdade e se apresenta no pátio do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Passo Fundo, onde os adolescentes estão internados, e em outros locais, sob escolta. A iniciativa partiu do juiz roqueiro Dalmir Franklin de Oliveira Júnior, que atua na Vara da Infância e da Juventude há oito anos. Apesar de ser fã de Legião Urbana, Titãs e Engenheiros do Hawaii, às vezes o juiz cede aos pedidos dos internos para tocar sertanejo. Para conseguir uma vaga na banda, é exigido bom comportamento. A Case tem cerca de 80 internos, e 25 participam das aulas de música do projeto e ingressam na banda, que não tem formação fixa. De acordo com o professor de percussão do projeto, Marcelo Pimentel, a percussão a "canalizar as energias" dos adolescentes. O professor atua como voluntário. As demais aulas de teoria e prática sobre ritmo e harmonia foram montadas em parceria com a comunidade e da Pastoral Carcerária. O juiz doou os instrumentos. O projeto não conta com verba pública. O juiz pretende estender o projeto para os egressos da Case. Um dos internos, ao ingressar na unidade, só havia estudado até a quarta-série. Na Case, concluiu o ensino médio e agora pretende estudar direito e se tornar advogado. Atualmente, o egresso trabalha em um supermercado e quer continuar tocando.