Líder do governo ataca CNJ e Barbosa por afastamento de desembargadores
A decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de afastar os desembargadores Mário Alberto Hirs e Telma Britto, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), deixou o deputado estadual Zé Neto (PT), líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia, indignado. Em entrevista ao Bahia Notícias, o deputado reconheceu que o CNJ é “importante para o ordenamento jurídico brasileiro”, mas criticou a declaração do presidente do órgão, ministro Joaquim Barbosa, sobre o caso. "Dizer publicamente que há indícios gravíssimos de corrupção antes de concluir a apuração, e colocar isso na imprensa brasileira, não ajuda em nada a melhorar a condição da Justiça baiana", afirmou. O petista defendeu que o Judiciário baiano passe por uma “chacoalhada”, mas disse estar solidário ao presidente e à ex-presidente da Corte baiana. O ato foi motivado por “ver dois comandantes do Poder, duas pessoas importantes, sendo praticamente executadas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal [STF], ao ponto de Barbosa colocar publicamente mais uma sentença do que um depoimento”. O deputado ainda questiona o que foi, de fato, que o “STF e o CNJ ofereceram de mudança para Justiça baiana”. “Se isso está acontecendo com o presidente do Tribunal, o que será de nós, pobres mortais?”, comparou. “Não me resta outra coisa que não seja ser solidário. Não vou dizer que a Justiça baiana está boazinha, mas o CNJ precisa rever o que está fazendo, condenando antes de julgar”, reclamou. Ele disse ainda não acreditar que Telma e Hirs estejam envolvidos nos indícios de corrupção. Na avaliação do parlamentar, "o CNJ e o STF precisam falar menos e agir mais". A melhoria da Justiça da Bahia, segundo o deputado, acontecerá com mudanças estruturais, criação de novos cargos, funções, otimização dos recursos e das comarcas . "Esse debate estrutural precisa ser feito no Judiciário como um todo, não só apenas da Bahia", completou.