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Artigo: O Investimento em Startup

Por Ricardo Costa Oliveira

Foto: Divulgação

 A entrada de novos investidores em uma startup é provocada pela evolução comercial da tecnologia disposta ao mercado e necessidade de maiores aportes de capitais para a contínua evolução da inovação desenvolvida, além do início de um processo de expansão econômica daquela novidade.

 

Os aportes de investimentos variam não somente pela quantidade de capital alocado na startup, mas também de acordo com o perfil do agente capitalista financiador, que assume o risco de ganhar muito mais ou perder o que investiu, a depender do modelo jurídico econômico utilizado para tanto.

 

A cada fase de desenvolvimento que provoca a necessidade de novo capital investido, ocorre a abertura de “rodadas de investimentos”, que apresentam ao mercado aquela ideia inovadora para sua avaliação econômica.

 

O processo de avaliação realizado para cada nova rodada de investimentos denomina-se de “valuation”, e tem o objetivo de mensurar economicamente, através de métodos diversos, o retorno sobre investimento, pela capacidade da empresa em gerar receitas em escala, a decorrer do seu ciclo de maturação no mercado, antes e depois dos novos aportes negociados.

 

Os perfis de investidores variam de acordo com o momento do ciclo de desenvolvimento da empresa em que aportam recursos. Inicialmente, a título de investimentos anjos, os capitalistas conseguem negociar participações societárias por preços menores, baseado no risco e nível de maturação do negócio, geralmente intervindo mais no dia a dia gerencial da startup, eis que além do capital aportado, têm o perfil de auxiliar com a expertise técnica acumulada, deixando os empreendedores focados em aperfeiçoarem a tecnologia em constante evolução.

 

Com o processo de desenvolvimento da tecnologia e o início de abertura de novos mercados, surge a necessidade de maiores aportes para expansão comercial daquele produto ou serviço inovador, que já vislumbra, após a fase inicial de maturação, uma roupagem estrutural mais robusta para patrocinar seu novo ciclo.

 

Dessa forma, surgem perfis de investidores que não mais interferem tanto no dia a dia gerencial da entidade, confiando aos empreendedores e à estrutura administrativa já desenvolvida, a capacidade de lidar com os novos aportes financeiros que necessita para continuar fazendo acontecer o seu sucesso.

 

Esse novos investidores já entendem que a empresa possui um novo valor de mercado proporcional à sua atual capacidade de gerar maiores receitas, e, por isso, cada nova rodada de investimento tende a promover uma maior valuation da startup, baseado em novos direitos de acionistas preocupados em dar o espaço e liberdade necessária para que o fundadores continuem inspirados a evoluir, reservando-se a participar de deliberações gerenciais e societárias específicas, que digam mais respeito ao risco do investimento financeiro e eventos de liquidez, do que propriamente ao dia a dia gerencial da nova fase econômica do empreendimento.

 

A consolidação dos registros quantitativos e qualitativos de todas as rodadas de investimentos e avaliações econômicas do ciclo de vida de uma startup, além dos direitos geralmente negociados, é realizado em planilhas financeiras, que sofrem constantes mutações e evoluções dos registros de entradas e saídas de novos sócios.

 

Este instrumento denomina-se de cap table, e tem o condão de contar a história econômica da startup, do ponto de vista da estrutura de capital e investimentos realizados, facilitando futuras tomadas de decisões estratégicas e alinhamento de interesses negociais sobre o ciclo de maturação daquela novidade no mercado.  

 

*Ricardo Costa Oliveira é mestre em Direito dos Negócios pela U.C. Berkeley e especialista em gestão de ativos pela Stanford University 

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias

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