"Ainda Estou Aqui" recebe prêmio de melhor filme ibero-americano
Por Redação
O filme Ainda estou aqui (2024), dirigido por Walter Salles, foi eleito neste sábado (27) o melhor filme ibero-americano pela primeira edição do Prêmio Lihuén, entregue pela Academia de Artes Cinematográficas do Chile.
Esta é a 66ª premiação conquistada pelo longa estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello nos últimos 12 meses. Em 2024, o filme também se destacou no Oscar, recebendo três indicações: melhor filme, melhor filme estrangeiro, categoria em que foi vencedor, e melhor atriz.
Ao comentar a homenagem, Walter Salles ressaltou o significado simbólico do prêmio
"O prêmio de Melhor Filme Ibero-americano da Academia de Cinema do Chile é uma alegria para toda a família de 'Ainda Estou Aqui', pela admiração que temos pelo cinema chileno e pela forma como ele tratou dos temas da memória e da resistência. Obras como 'Nostalgia da luz', de Patrizio Guzmán, 'Machuca', de Andrés Wood, 'Post mortem' e 'No', de Pablo Larraín, foram referências para nós. O Chile viveu uma das ditaduras mais violentas da América Latina e conseguiu processar mais de 1.500 militares envolvidos em torturas e assassinatos. Este reconhecimento tem um peso muito especial para o nosso filme."
A produtora Maria Carlota Bruno representou a equipe na cerimônia realizada no Centro Cultural Gabriela Mistral, em Santiago, e destacou o caráter inaugural do prêmio
"Este reconhecimento é ainda mais especial por marcar a primeira edição de uma distinção que celebra o cinema falado em português e espanhol, línguas que compartilham uma trajetória de resistência e criatividade. Descobri que Lihuén significa 'luz' em mapuche. Que bonito que 'Ainda estou aqui' receba um prêmio com esse nome, pois o filme busca iluminar a história de Eunice Paiva e sua família, e, através dela, a de tantas famílias que sofreram na ditadura."