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'Sou mulher, negra e de favela', destaca cantora da banda De Mainha ao rebater preconceitos

Por Bárbara Gomes

Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

Com o empenho em se desprender dos preconceitos, seja dos estilos musicais, seja por ser mulher e negra, a cantora Dammys Monteiro da banda “De Mainha” está há quase dois anos à frente dos vocais do grupo baiano, com canções que reforçam o poder feminino e misturam o sertanejo com o forró estilizado. Em entrevista ao Bahia Notícias, a vocalista contou que tem buscado referências musicais diversas, de Milionário e José Rico a Marília Mendonça. “Nós cantamos o sertanejo de raiz com referências do forró da Bahia, para fazer o sertanejo estilizado”, explicou. Dammys não é apegada às nomenclaturas dos estilos em que transita, mas diz que gosta “de música boa”. Ela defende que há espaço para tudo que é feito com qualidade, no São João, e que cabem vários estilos desde que surjam do desejo do público.

 

A atual música de trabalho “De Mainha” é “Amor Roxo”, umas das 10 canções autorais do CD ao vivo. Segundo a cantora, durante a seleção do repertório a preocupação é trazer letras que não rebaixem a imagem da mulher, diante de uma sociedade cheia de preconceitos.  A cantora, neste ponto, destacou um equívoco relacionado ao empoderamento: “As pessoas confundem muito e acham que a mulher pra ser poderosa tem que ser gostosa”. “Sou mulher, sou negra e não está distante de mim o preconceito.  Mulher pra ser poderosa precisa ser bonita por dentro e por fora. O empoderamento feminino é muito bom, mas não adianta ter uma capa bonita e por dentro ser ruim”, criticou a artista, referindo-se ao fato de resumirem a mulher a um corpo. “O que deixa a mulher poderosa é o conhecimento. Sou negra, de favela, de uma comunidade pobre de Camaçari. Hoje o que me torna diferente, o que me coloca em destaque não é a beleza, é o conhecimento, a educação”, afirmou Dammys ao usar como exemplo de poder feminino a sua vó. “Uma sertaneja semianalfabeta, grande em caráter e poderosa. Criou seis filhos e os netos... Tudo que tenho eu devo a ela”.

A cantora lembrou ainda que sofreu com o machismo tanto no meio musical como em outros setores da sociedade. “Muitas vezes me senti discriminada por ser mulher. Existe muito preconceito, principalmente com a mulher negra. Não é vitimismo. A gente lida com isso em vários setores, como produto, por ser mulher. Na música, infelizmente, às vezes a gente é vista só como um rostinho bonito, um corpinho bonito, sendo que a gente tem muito a oferecer”, desabafou. Mas Dammys acredita que o trabalho das mulheres na música tem ganhado espaço e mudado aos poucos os paradigmas. “Hoje a gente vê mulheres conquistando o mercado musical, como Marília Mendonça, sem ter o padrão colocado pela sociedade. A gente não precisa ser magra para cantar. A música prova que tem força suficiente pra ofuscar qualquer questão exterior”, concluiu. Para quem ainda não conhece o show da banda liderada por Dammys Monteiro, durante o período das festas juninas o grupo vai se apresentar em pelo menos oito cidades baianas. Confira a agenda:

 

Agenda de shows

22/06- Conceição do Almeida

23/06- Muniz Ferreira

23/06 - Varzedo

24/06- Camaçari

24-06- Laje- Ba

25/06- São Felipe

29/06- Ipecaetá

30/06/ - São Sebastião do Passé 

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