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‘Juntos somos mais’, atenta Pierre Onássis sobre mudança no cenário da música baiana

Por Júnior Moreira

Fotos: Tiago Dias / Bahia Notícias
Todo ano, com a chegada da temporada de verão na Bahia, as bandas começam a organizar seus ensaios preparatórios para o carnaval. Já é tradição. De Carlinhos Brown a Harmonia do Samba, passando por Psirico e Timbalada. Vários artistas sobem semanalmente aos palcos em busca de testar seus repertórios para a festa de rua. Afrodisíaco não foge à regra. Pelo segundo ano, após o retorno de Pierre Onássis aos vocais em 2015, a banda se apresentará toda sexta-feira, na Praça Tereza Batista, no Pelourinho, até o início da folia. Nesta semana, os convidados serão Magary Lord e Olodum. “O nosso objetivo é mostrar algo diferente da sexta anterior. Só a presença de Magary e Olodum já difere, né? Para além, buscamos apresentar uma mescla das novidades da música popular brasileira com a percussão, marca do Afrodisíaco. No nosso ensaio tem de tudo; passeamos de Anitta a Luiz Caldas, que toda semana lança música nova [risos]. O nosso tema é “Música para se divertir”. Então, é chegar e ser feliz”, contextualiza Pierre, completando que clássicos como “Já é”, “Flor do Desejo” e “Café com Pão” não ficam de fora do repertório. O cantor acrescenta que a ideia é apresentar uma festa na qual a diversidade impere, junto ao clima oferecido pelo próprio Pelourinho. Desse modo, quanto aos convidados, ele sintetiza: “Temos uma gama de amigos e colaboradores criada através da identidade musical da própria banda. Ivete, Margareth, Daniela já passaram por lá. Davi Moraes será um dos próximos e estamos tentando trazer Péricles. Além disso, gostaria de ter Djavan”, confessa.  


Durante a entrevista, Pierre apontou que a música baiana vive um momento delicado quanto à visibilidade midiática e que precisa de união para restabelecer o protagonismo no cenário brasileiro. “Temos um potencial muito grande. O mundo inteiro nos abraçou e em algum momento isso deixou de se organizar. Não tem relação com o sertanejo ou qualquer outro ritmo da vez. Existe a necessidade de fortalecimento do movimento. E quando falo de música baiana, cito também Caetano, Gil, Mariene de Castro, Pitty, Ivete. É falar de todo mundo; precisamos entender que juntos somos mais fortes”, atenta.  Além disso, ele acredita que é a hora de ousar mais e trazer as novidades tecnológicas para o cenário local. “Não existe mais o CD que vende; a gravadora que dá o suporte. O formato mudou e hoje é a internet. Queremos aproximar essas plataformas de forma inteligente e diferente. Vamos fazer dois clipes que devem sair até fevereiro”, adianta. Quanto a aposta para o Carnaval, o cantor despista ao dizer que as canções ainda estão sendo testadas nos ensaios. “É cedo, mas temos duas canções que gostamos muito. Uma tem algo de Zeca Pagodinho e a outra traz a ideia do É o Tchan, Psirico e Kannário, uma mistura do pagode baiano”, constata.

Em 2008, Pierre se tornou evangélico e passou a ser intérprete de música gospel até 2015, quando voltou à banda. Ele explica que esse período o impulsionou a continuar na vida musical. “Estou mais forte. Continuo cantando na igreja, mas entendo que existe um universo de prosperidade e paz me aguardando, sem preconceito e intolerância. Eu vivo pela música e ela que me conduz; é meu guia. A música veio para contribuir e a religião para destruir, pois a religiosidade afasta as pessoas”, opina. Em seguida, completa afirmando que o problema da religião é que as pessoas só querem ouvir o que é bom para elas. “É particular. Não é democrática. A música é ponte e a religião é muralha. Eu sou ponte; sou música”. Por fim, ao ser questionado sobre sua relação com Jauperi, ex-vocalista do Afrodisíaco, ele foi direto. “Jau é meu amigo, mas nos vemos pouco. Não existe cogitação dele voltar. Ele é uma referência e vive a vida dele. É preciso mudar a página, sabe? Porém, quem sabe algum momento a gente se encontre”, sugere. 

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