Corinthians apresenta novo plano para quitar dívidas e evitar bloqueios judiciais; entenda
Por Redação
Na tentativa de reorganizar suas finanças e se livrar de bloqueios judiciais recorrentes, o Corinthians apresentou nesta segunda-feira (21) à Justiça uma nova proposta dentro do Regime Centralizado de Execuções (RCE), mecanismo que visa dar maior previsibilidade ao fluxo de caixa dos clubes endividados. O plano, que ainda precisa de aprovação judicial, contempla o pagamento de R$ 190 milhões em dívidas com fornecedores, empresários, atletas (relacionadas principalmente a direitos de imagem), entre outros.
O valor inicial estimado pelo clube era de R$ 367 milhões, mas, após análise do administrador judicial, o montante foi reduzido para R$ 190 milhões. O acordo, no entanto, não inclui dívidas tributárias nem o financiamento da Neo Química Arena junto à Caixa Econômica Federal.
Para atender parte das demandas dos credores, o clube reformulou a proposta original, que previa destinar 4% das receitas recorrentes ao pagamento das dívidas — porcentual considerado insuficiente por parte dos credores. Agora, o plano sugere um aumento progressivo dos repasses ao longo dos anos, dividido em duas frentes:
Receitas recorrentes (como direitos de transmissão e patrocínios):
- 4% no primeiro ano
- 5% no segundo ano
- 6% a partir do terceiro ano
Receitas com venda de jogadores:
- 5% no primeiro ano
- 6,5% no segundo
- 8% a partir do terceiro ano
Além disso, o clube propõe vantagens a dois grupos específicos de credores. Os chamados "credores parceiros", que continuarem prestando serviços ou fornecendo materiais ao Corinthians após o pedido de adesão ao RCE, receberiam 35% da parcela de receita recorrente destinada ao plano. Já os "credores preferenciais" — compostos por idosos, gestantes e pessoas com doenças graves — teriam direito a 25% desse mesmo montante.
As dívidas desses grupos, assim como dos credores ordinários, seriam corrigidas pela taxa Selic. Para os "credores aderentes", a correção seguiria o IPCA, principal índice de inflação do país.
Em paralelo ao processo judicial, o clube também firmou um acordo na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), vinculada à CBF, para quitar aproximadamente R$ 76 milhões em débitos com atletas, empresários e outros clubes. No entanto, a primeira parcela do compromisso, que venceu na semana passada, ainda não foi paga.
Foto: Reprodução
A diretoria corintiana defende que a aprovação do novo plano é um passo fundamental na reestruturação financeira do clube. Segundo avaliação interna, a adesão ao RCE pode garantir mais segurança no planejamento das despesas e pôr fim à série de bloqueios judiciais que o Corinthians tem enfrentado nos últimos anos.