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Ex-atletas defendem experiência dentro e fora do esporte para funções políticas esportivas

Magic Paula tenta cargo na CBB / Foto: Flavia Montenegro/Divulgação

Brasileiros que fizeram história como atletas agora buscam continuar atuando em seus ramos esportivos, mas com funções diferentes. Cargos executivos em grandes entidades do esporte estão atraindo estrelas do esporte nacional, que possuem o objetivo de dar uma visão de quem tem experiência direta com as modalidades para exercer as altas funções.

 

Entre os ex-atletas que buscam essas oportunidades estão o ex-líbero do vôlei Serginho, bicampeão olímpico que está concorrendo à vice-presidência da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) em oposição a chapa do empresário Marco Túlio Teixeira; a campeã mundial de basquete Magic Paula, que também tenta o posto de vice com a campanha de reeleição de Guy Peixoto na Confederação Brasileira de Basquete (CBB); o ex-jogador de vôlei de praia Emanuel Rego foi candidato a mesma função no ano passado para o Comitê Olímpico do Brasil (COB), mas foi derrotado pela reeleição de Paulo Wanderley; além Bob Burnquist, recordista em medalhas no X-Games e presidente da Confederação Brasileira de Skate (CBSk).

 

Para Magic Paula, a experiência como atleta não é suficiente para assumir esse tipo de posição mais atuante nas confederações.  “Você tem que se preparar para uma posição como essa [vice-presidência], não pode simplesmente usar o que viveu na quadra. Eu tinha que definir tudo em 30 segundos [atualmente são 24 segundos de posse de bola], e numa gestão as coisas não podem ser assim”, opinou a ex-jogadora em publicação feita pela Folha de São Paulo. 

 

Além da carreira no basquete, com uma prata nos Jogos de Atlanta em 1996 e o Campeonato Mundial 1994, Maria Paula é também formada em gestão esportiva pela FGV,  tem dez anos de experiência como diretora do Centro Olímpico, em São Paulo, e esteve à frente do instituto Passe de Mágica por 16 anos, até que a entidade tivesse suas atividades encerradas no fim do ano passado.

 

O ex-jogador Serginho também se posicionou dizendo que não se trata apenas de ter experiência em cargos e poder ou ter somente uma carreira de atleta para assumir funções nas confederações. “É a mesma coisa que colocar um cartola em quadra. Se você pegar um atleta despreparado, pedir pra ele tomar decisões, ele vai ter dificuldades”, declarou o ex-líbero.

 

Um dos aspectos que os ex-atletas que estão tentando se inserir nas funções políticas das entidades esportivas consideram relevante para serem administradas por pessoas mais preparadas são os casos envolvendo protestos, como o de Carol Solberg (relembre aqui). 

 

Serginho pontuou que, apesar de não ter achado pertinente o momento de protesto da atleta de vôlei de praia durante o Circuito Nacional da modalidade, Magic Paula avalia que situações como essa provam que esporte está deixando os “tempos da mordaça”. 

 

Desde 2014, uma alteração na Lei Pelé exige que as confederações de cada modalidade esportiva tenham um conselho composto com atletas, justamente para dar maior espaço para que quem atua dia a dia com o esporte possa participar de debates e decisões. 

 

“Todo o mundo deve sentir essa responsabilidade para com a atividade que atua. No seu esporte, em algum momento, o institucional vai afetar sua carreira. Se você não se insere, está só como passageiro. Os cartolas vão dizer que não é lugar do atleta, mas ao contrário, é justamente o lugar do atleta”, declarou Bob Burnquist.

 

“O fato simplesmente de a gente ter uma comissão de atletas, por exemplo, não se traduz em efetividade. Quanto ela é isenta? Quanto anda com as próprias pernas? Não adianta ter uma comissão que abaixa a cabeça para as coisas”, posicionou Magic Paula.

 

“Essa massa de atletas tem por obrigação se unir em prol dos seus direitos. No vôlei, quando faz ponto, todo mundo não toca na mão do outro? Tem que fazer isso fora da quadra também”, concluiu Serginho.

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