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Notícia

Após Sul-Americano, atletas do Remo Máster da Bahia lutam por viagem para o Mundial

Por Edimário Duplat

Foto: Divulgação
Depois da campanha no XX Campeonato Sul-Americano, disputado em Porto Alegre (RS), em que conquistaram 18 medalhas em 18 largadas, os atletas baianos do Remo Máster seguem em outro tipo de duelo para seguir no calendário esportivo da modalidade. Classificados para o Mundial da Bélgica, os experientes remadores seguem na busca por um patrocinador e aproveitam o momento para promover não somente o esporte, mas também como falar um pouco de uma categoria que a cada ano vem se tornando mais e mais presente na realidade do nosso país.


Atletas do Remo Máster Baiano | Foto: Jamile Amine/Bahia Notícias

“O Campeonato Máster tem uma filosofia que prega que o importante é estar praticando. Existem histórias de muitas pessoas que começaram no Remo já no Máster e conseguiram se recuperar de muitos problemas como a obesidade e o alcoolismo. No final das contas, as competições são uma verdadeira festa porque exaltam o esporte”, afirma Edson ‘Zeu’ Santiago, um dos atletas baianos do Remo Máster que esteve em Porto Alegre e fez parte da campanha com oito medalhas de ouro, seis de prata e quatro de bronze, quatro a mais que na edição do Paraguai em 2013. Entretanto, mesmo com o intuito de ajudar no bem-estar e estimular a atividade física, a modalidade não é apenas diversão para Edson e a equipe formada por Marilene Barbosa, Afonso Braga, Helio Borges, Joel Ribeiro (Meu Santo), Jorge Coelho (Bacalhau), Nilson Santiago, Renato Borges e Ronaldo Argolo. “Fomos inicialmente chamados por Joel ‘Meu Santo’ e na maioria somos ex-remadores. E empolgados com o contexto de ser um dos esportes máster com maior participação ativa, fomos atraídos novamente para as competições e depois dos primeiros resultados que tivemos no Rio de Janeiro, com dois vice-campeonatos, ficamos mais empolgados em nos dedicar mais em busca do ouro”, reitera Nilson Santiago, que fala com orgulho dos títulos conquistados pela equipe baiana e também fala das vantagens em apostar em um esporte voltado para a terceira idade. “Hoje já participamos de três sul-americanos e dois mundiais, com um tricampeonato num Double e dois bicampeonatos no Four Skiff. O nosso projeto relaciona a importância de criar um gancho do esporte com o bem-estar. Queremos mostrar aos planos de saúde, por exemplo, uma nova visão do idoso com foco primando pela saúde física e mental”, complementa.




Foto: Jamile Amine/Bahia Notícias

A trajetória do Remo se mistura com a história da própria cidade do Salvador, que por muitos anos foi uma das mais tradicionais modalidades da capital e movimentava a sociedade baiana. Entretanto, o local que foi o berço inicial de equipes emblemáticas como o Vitória, o São Salvador, o Santa Cruz e o Itapagipe passa por um momento desolador, onde a falta de interesse dos investidores dificulta cada vez mais a prática do desporto aquático.  “O esporte amador na Bahia inteira teve uma grande queda. Hoje a Sudesb recentemente até fez uma doação para a flotilha do Remo, mas não foi direcionado para o Máster. Não existe por parte ainda do governo essa atenção para essa modalidade, porque ainda não existe essa cultura. Nos últimos mundiais acabamos participando por conta de um patrocínio da OAS através do Vitória, que é uma marca muito forte para trazer apoiadores, mas esse ano o clube não teve interesse em seguir com o projeto e acabamos sem firmar o patrocínio”, lamenta Nilson. Para seguir competindo, os competidores acabam convidados por equipes de outros estados, mas somente em competições especificas e com apoios pontuais.  “No Sulamericano fomos por conta própria, mas representamos o Corinthians. Como conseguimos sempre medalhas e o Corinthians sempre tenta desbancar os gaúchos do GPA, então eles nos chamam para disputar por eles e não precisamos pagar barcos, por exemplo”, completa Edson. 


Equipe faturou 18 medalhas no Sul-Americano | Foto: Divulgação

Mesmo com dificuldades para a prática esportiva do Remo Máster, a boa representação nacional e sul-americana já se transformou em um farol para as novas gerações da modalidade, que enfrentam até mais dificuldades para a prática do desporto. “Hoje a realidade do Remo mudou muito. O clube em que participo, o São Salvador, tem apoio de colaboradores que ajudaram a modernizar a estrutura da equipe. Entretanto, em relação ao patrocínio é muito pouco”, afirma Marilene Barbosa, que mesmo já atuando no Máster também compete pelo tradicional, sendo uma das referências do esporte, e hoje treina os atletas mais jovens. “Eu faço mesmo por amor, por que gosto de verdade do esporte e quero que sobreviva. Tínhamos o apoio da Embasa anteriormente, mas ele não existe mais e isso dificulta tudo. A nossa realidade precisa mudar”, finalizou.

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