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Entrevistas

Entrevista

Duelo olímpico: Hebert Conceição projeta duelo contra Yamaguchi Falcão no Spaten Fight Night

Por Carlos Matos

Foto: Reprodução/Agência InPress

A segunda edição do Spaten Fight Night, marcada para o dia 27 de setembro, terá como destaque um duelo de gerações do boxe brasileiro. No ringue, estarão frente a frente dois medalhistas olímpicos: o baiano Hebert Conceição e o capixaba Yamaguchi Falcão, que disputarão o cinturão nacional da categoria médio (74 kg).

 

Hebert, campeão olímpico nos Jogos de Tóquio 2020, segue invicto no boxe profissional e chega ao evento para defender o título conquistado em 2024, quando derrotou Esquiva Falcão, irmão de Yamaguchi, na decisão dos juízes. Recentemente, no dia 2 de agosto, ele manteve o cinturão após nova vitória no Boxing Pro Combat.

 

Do outro lado estará Yamaguchi, bronze nos Jogos de Londres 2012 e com longa trajetória na modalidade. O atleta voltou a lutar em julho deste ano, quando superou Sergio Dantas na Copa Touro Moreno, torneio em homenagem ao seu pai e ícone do boxe nacional. O triunfo marcou seu retorno após mais de um ano sem competir, desde a derrota para o cubano David Morrell, em Las Vegas, em disputa pelo título mundial em 2023.

 

Em entrevista exclusiva ao Bahia Notícias, Hebert Conceição falou sobre sua preparação para o confronto, as diferenças de estilo em relação ao adversário e o papel da experiência no duelo.

 

Primeiramente, quero saber como está a sua preparação para essa luta no próximo dia 27 de setembro, contra o Yamaguchi Falcão.


Minha preparação está sendo feita há muito tempo, né? Eu estou Eu estou em ritmo de luta, então eu estou sempre treinando pensando em um próximo em uma próxima data, em um próximo combate. Eu lutei no dia 12 de agosto e tive que descansar um pouquinho e recomeçar. Então eu não estou numa fase de muita intensidade não, porque, digamos, que eu esteja em início de preparação, ainda que eu já esteja em preparação há muito tempo, mas é um recomeço para essa para essa nova data. Então, preciso recuperar o corpo e fazer a retomada.

Então, tô na fase de período de base, muita correção, muita repetição e preparando o corpo, como se eu tivesse preparando o corpo para intensidade que está vindo aí nas próximas semanas. Mas, como eu falei, a preparação é feita de um acúmulo de cargas, então eu já tô treinando há muito tempo, já tô lutando também. E a minha preparação é a tá sendo a melhor possível.

 

O Yamaguchi voltou ao ringue recentemente, e depois de mais de um ano parado, ele venceu Sergio Dantas. Esse período fora de combate pode ser um fator positivo para o seu desempenho no confronto de logo mais contra ele?


O Yamaguchi fez uma luta muito recente, acho que tem dois meses, um mês e meio, talvez, que ele fez uma luta lá no Espírito Santo, venceu, até para retomar o ritmo. Então, ele também já está treinando, já retomou a atividade após passar dois anos inativo. Isso conta sim, mesmo treinando o ritmo de luta é diferente, mas ele lutou. Então, vai chegar em ritmo de luta também para me enfrentar. Então aí já caiu por terra qualquer vantagem que eu poderia levar nesse quesito e agora o que ele vai levar para a luta dele é experiência, do tempo que ele tem de carreira e eu vou levar para o ringue a minha juventude, a diferença de idade, mas também um pouco de experiência que eu tenho no boxe profissional e no boxe olímpico também. Vai ganhar quem estiver melhor preparado. Por isso que eu tô me preparando muito para que o melhor preparado seja eu no dia 27 de setembro.

 

Você é um lutador que já tem anos de caminhada, não é inexperiente, mas por outro lado tem um adversário que é muito experiente também. Você acha que a questão da experiência pode ser um fator decisivo no resultado da luta?


Sim, com certeza, a experiência ela conta, ela faz diferença sim, mas ela faz diferença principalmente em um contexto de extremo equilíbrio, né? Onde a experiência conta, mas em uma luta onde não há tanto equilíbrio e se eu for muito superior, por exemplo, não, acho que a experiência não vai contar muito. Pode contar para ele conseguir se recuperar de algum golpe que ele tomar, vai sentir. O cara que sabe cadenciar ou até se ele acertar uma mão em mim, ele vai saber aproveitar aquele momento porque ele já é um cara experiente. Sabe quando tem que apertar, o ritmo, sabe quando tem que cadenciar, isso conta, isso faz a diferença. Mas não é só isso que ganha luta. Tem outros componentes que envolvem para que se decida uma luta.

Então, sei que ele tem essa vantagem, mas eu não sou um cara inexperiente, eu não sou dos mais jovens, eu já tenho 27 anos e tenho uma carreira também sólida no boxe olímpico. No boxe profissional ainda não não completei 10 lutas, mas eu tenho um light de treinamento muito grande também, passei para o boxe profissional em dezembro de 2021, assinei meu primeiro contrato profissional, então já vou completar 4 anos no final deste ano, treinando com com atletas profissionais, fazendo sparring Isso conta também. E eu tô numa fase muito melhor, né? Ele passou dois anos parado, voltou, fez uma luta, retomou o ritmo. Eu não fiquei parado tanto tempo, eu já fiz duas lutas esse ano. Então, a experiência dele conta, mas não faz tanta diferença porque não tem tanto contexto para ter extremo equilíbrio ali na nas possibilidades. Lógico que na luta pode fazer diferença em um momento ou outro, mas eu acho que não vai ser isso que vai decidir a luta.

 

Fazendo uma análise, qual característica de luta sua e do seu adversário que você considera um ponto importante? 


Bom, começando pelo meu adversário, ele é um cara que de ponto forte, ele começa a luta no ritmo muito intenso, né? Ele impõe intensidade, por mais que a luta seja muito longa, ele já começa num ritmo muito alto desde o início da luta. Isso é um ponto forte. Enquanto outros atletas preferem cadenciar um pouco mais no início para ir aquecendo o ritmo do ao decorrer dos rounds, o meu oponente não, ele já começa em um ritmo muito alto. Isso é um ponto forte dele. 

No meu caso, meu ponto forte eu acho que é esperar sempre o primeiro momento e aproveitar sempre os primeiros minutos da luta para poder sentir como que é o meu oponente, sentir um pouco da distância, e depois disso decidir qual o melhor estilo que eu vou boxear.

Lógico que eu tenho uma estratégia já pré-definida, mas eu tenho uma facilidade de ter a percepção do que que a luta tá pedindo ali naquele momento. E por isso sou um atleta bem versátil, eu tenho uma característica já pré-definida, mas eu sou muito versátil, eu consigo boxear em estilos diferentes. Se a luta tá pedindo que eu ataque para frente, eu consigo boxear andando para frente.

Se a luta pede que eu caminhe para trás e para os lados, eu sei boxear para os lados. Então eu sou um cara que eu tenho um timing muito bom no meio da luta, o que que a luta está pedindo e isso me ajuda até para que eu não perca um um possível round. Porque tem atletas que precisam chegar no corner, escutar o seu treinador, que tem que mudar alguma coisa e eu já consigo tirar de mim mesmo durante a luta e fazer essa transição.

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