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Coluna

Sucessão de erros

Por Felipe Santana

Pela primeira vez, neste espaço, vou falar da atuação do Bahia em uma partida deste Brasileirão. Um jogo que, para mim, seria diferente ao menos na escalação. Que o Cruzeiro era forte, detinha o melhor ataque da competição, todos sabiam. E, logicamente, temiam também. O que ninguém esperava era um Bahia com três zagueiros, após um curto treino tático, escondido da imprensa, e imbuído em apenas ‘chamar’ o time mineiro em busca de um contra-ataque perfeito.
 
Cristóvão Borges, na terça-feira, véspera do jogo, alterou o início do treino. Alegou que faria uma ‘aula teórica’ com vídeos sobre os jogos do Cruzeiro, e assim fez. Mas, além disso, comandou uma atividade tática no qual testou a formação com três zagueiros. É aí que está minha pergunta: Mudar a formação, nunca usada durante toda temporada seja com ele, Jorginho ou Joel Santana, logo diante do líder do Brasileirão? Achei uma temeridade!  Uma alteração que, em virtude da qualidade adversária, era compreensível desde que fosse muito bem treinada. Uma formação como essa exige muito mais que um treinamento misterioso no Fazendão. A única vez que o Bahia se aproximou desse esquema foi ainda no Baianão. Joel Santana recuou Toró, o colocando como se fosse um líbero, mas designado a fazer uma marcação individual em determinado adversário. Contra o Vitória, por exemplo, em Maxi Biancucchi.
 
Para mim, que não sou professor ou muito menos expert neste assunto, ter três zagueiros em campo significa dar liberdade aos laterais. Calma. Que laterais? Raul, ainda que não o considere titular absoluto para Série A, é aceitável. Do outro lado, Madson. Ele pode ser formado na base, obediente na parte defensiva, mas não dá mais! Foi na frente três vezes: perdeu a melhor chance do primeiro tempo e errou dois passes básicos. Mais que isso. Ele dá sinais claro que tem medo de arriscar, não quer errar. Peca pela omissão, sem falar na qualidade dos cruzamentos. Não consigo entender porque não dá oportunidade ao colombiano. E não é a primeira vez que Madson é vaiado na Arena Fonte Nova e substituído por Cristóvão.
 
Optar por Fahel ao invés de Feijão é outro ponto pra lá de questionável. E para piorar nossa situação, o capitão fez mais um dos seus gols de cabeça. O que, na minha opinião, tem sido sua única virtude em campo que possa superar o garoto criado no Fazendão. Feijão não é a salvação, mas, se o parâmetro é Fahel, ele sobra.
 
Voltando ao esquema, MAL TREINADO, mas não o culpado pela derrota, o reflexo está nos dois primeiros gols. No primeiro deles, após a cobrança de lateral, existem três jogadores do Cruzeiro na grande área. Fahel e Raul marcam dois, e o outro sobra. Na imagem, retirada do Globoesporte, é fácil olhar onde estão dois dos nossos três zagueiros. Lucas Fonseca e Titi apenas observam ao lance, enquanto o terceiro, Demerson, sai para dar combate ao autor do cruzamento, sem sucesso.
 

Fahel e Raul marcam na área
 
No segundo gol, a fragilidade defensiva do Bahia é testada e comprovada outra vez. Logo no início da jogada, quando Éverton Ribeiro tabela com o lateral Ceará, o zagueiro Titi e o lateral Raul batem cabeça. Os dois vão marcar o mesmo jogador, deixando o meia do Cruzeiro livre. Isso, na minha opinião, é erro de posicionamento. Talvez por falta de qualidade, mas também pela falta de treinamento com esse esquema.
 
 
 
Titi e Raul seguem na mesma direção; Éverton passa livre

Achou pouco? Éverton Ribeiro recebe o passe na grande área sem marcação. Ajeita no peito duas vezes e Hélder não consegue o desarme. A bola cai na perna direita, que não é o forte dele, mas, ainda sim, consegue fazer o chute. Lembra de Raul, que havia feito a marcação errada anteriormente? Ele chegou atrasado no lance e foi driblado pelo meia cruzeirense. Sucessão de falhas. Não serei louco de dizer que o Cruzeiro venceu apenas pelos erros tricolores. O time mineiro criou menos, não jogou tão bem, mas sobrou eficiência. Não é à toa que está na liderança. Ao Bahia sobrou vontade e empenho. Só que com apenas isso não se ganha jogo. O elenco não tem opções! Exemplo disso foi a saída de Marquinhos. Nenhum jogador no banco possui as mesmas características. Barbio entrou, correu, lutou, criou, mas ainda é muito pouco para o que necessitamos.

Vamos à análise do último gol. O golpe de misericórdia. Falta para o Cruzeiro e, antes da cobrança, Fernandão fica o tempo todo alertando Lucas Fonseca sobre o jogador adversário. Ricardo Goulart, porém, não participa do lance. O problema ficou para os outros dois defensores. O lance comprovou, dentro desse jogo, o quanto nosso time é ruim na bola parada. São três adversários contra os nossos três zagueiros. Dedé, após o cruzamento, foge da marcação de Demerson e consegue cabecear. Lomba defende e no rebote Julio Batista faz o gol. Titi, que estava marcando o camisa 10, para no lance e assiste ao terceiro gol. Em um único lance dois dos nossos três zagueiros falham.
 

Demerson não marca Dedé e Titi assiste ao lance
 
Então, pergunto a você, caro leitor, o que falta ao Bahia? Qualidade ou treinamento?

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