Comentaristas analisam o Bahia para 2026: Temporada será mais exigente e sem “títulos de compensação"

Com o encerramento da temporada de 2025, o Esporte Clube Bahia faz um balanço de um ano de maratona (80 jogos, o maior número do país), que incluiu o retorno à Libertadores, a conquista inédita de dois títulos em uma única temporada desde 2001 (Baiano e Copa do Nordeste), e a melhor campanha em pontos corridos de um clube baiano (7º lugar com 60 pontos).

 

Pensando em 2026, o Tricolor terá um calendário mais enxuto, principalmente pela ausência na Copa do Nordeste, e um Campeonato Brasileiro que começa mais cedo (28 de janeiro).

 

O Bahia Notícias consultou três comentaristas  — Cáscio Cardoso (BARFC), Brenner Menezes (Sociedade) e Caio Leony (TV Aratu) — para analisar o que esperar da próxima temporada do Esquadrão de Aço.

 

Foto: Letícia Martins / EC Bahia

 

CÁSCIO CARDOSO: COBRANÇA POR COMPETITIVIDADE FORA DE CASA
Cáscio Cardoso avalia que 2026 será uma temporada “muito desafiadora” e enfatiza a necessidade de o Bahia evoluir em aspectos cruciais, como a competitividade fora de casa e nos duelos eliminatórios.

 

“Eu acho que 2026 vai ser uma temporada muito desafiadora para o Bahia. Além das questões em que a gente já sabe que o clube precisa evoluir — como ser um time mais competitivo fora de casa e em momentos agudos de decisão —, vimos que, nos jogos eliminatórios em que o Bahia caiu, ele não só foi eliminado, mas teve um comportamento inexplicável e muito abaixo daquilo que o jogo pedia”, disse Cardoso.

 

Ele destacou que o clube precisará de uma mudança na imposição física e na força de duelo individual, característica que o próprio Rogério Ceni já mencionou.

 

A ausência da Copa do Nordeste e o foco nas competições de maior nível farão com que o Bahia não tenha o que ele chama de “títulos de compensação”.

 

“Agora, 2026 não vai ter isso. O Bahia não vai disputar o Campeonato Baiano para ser campeão e o Bahia também não vai disputar a Copa do Nordeste. Então, o Bahia vai precisar que respostas sejam dadas em competições onde o time ainda não deu o passo à frente”, declarou.

 

Cardoso alerta que a Pré-Libertadores será mais complicada, com o Bahia provavelmente no Pote 2 e sem a garantia de decidir em casa na primeira chave, aumentando a exigência.

 

“Em 2026, sem Copa do Nordeste e sem Campeonato Baiano para botar em sala de troféu, esses troféus vão ter que vir de outros lugares onde o Bahia ainda não se mostrou pronto para conquistar. Vai ter que se mostrar em 26, ou então vai ter que amargar uma sensação de temporada frustrada”, finalizou.

 

Foto: Rafael Rodrigues / EC Bahia.

 

BRENNER MENEZES: REDUÇÃO DE JOGOS E REFORÇOS IMEDIATOS
Brenner Menezes acredita que 2026 tem potencial para ser a “melhor [temporada] dos últimos três anos”, principalmente devido à redução drástica na quantidade de jogos. Ele projeta que o Bahia pode fazer, no máximo, entre 60 e 65 jogos, contra os 80 de 2025.

 

“Eu acredito que a temporada 2026 do Bahia pode ser a melhor dos últimos três anos, considerando que o Bahia não vai ter, pelo menos ali, os 11 jogos que teve esse ano de Copa do Nordeste — onde foi campeão — e também não vai ter boa parte dos jogos do Campeonato Baiano”, analisou.

 

No entanto, o sucesso da temporada dependerá da primeira janela de transferências. Com o Brasileirão começando em 28 de janeiro e a Pré-Libertadores em fevereiro, Menezes espera que os reforços cheguem na reapresentação, em 5 de janeiro, para dar “embalagem” ao início da temporada.

 

Ele ressaltou a evolução do clube:

 

“O torcedor que disser que não teve evolução está indo contra os números. O Bahia tem maior número de vitórias, menor número de derrotas, o aproveitamento percentual maior do que 2024”.

 

Foto: Letícia Martins / EC Bahia.

 

CAIO LEONY: VANTAGEM EM JOGAR UM ESTADUAL MAIS FRACO
Para Caio Leony, o Bahia pode tirar proveito do fato de disputar o Campeonato Baiano, que é “tecnicamente inferior” a outros estaduais.

 

“O Bahia está num campeonato estadual que tecnicamente é inferior; dessa vez, eu vejo isso como benéfico. E é mais difícil para os clubes do eixo, por exemplo, que vão ter, digamos, um Corinthians e Palmeiras. Num Corinthians e Palmeiras… você coloca o time principal, pela relevância do torneio e por ter melhores equipes”, explicou Leony.

 

Ele argumenta que esta situação pode permitir que o Esquadrão inicie o Campeonato Brasileiro “mais oxigenado”, sem a pressão de precisar ser campeão estadual e regional, focando logo “no que interessa desde o início da temporada”.