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'Precisamos estimular a modalidade', diz Lindsay Camila sobre investimento do futebol feminino no Brasil

Por Thiago Tolentino

Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

Convidada do Podcast BN na Bola desta segunda-feira (27), a treinadora Lindsay Camila, da equipe feminina do Bahia, foi questionada sobre a forma na qual vem crescendo o futebol feminino em outros países, tendo como exemplo a final da Champions League feminina, que ocorreu no último sábado (25), entre Lyon e Barcelona, levando um público de mais de 50 mil torcedores. A comandante tricolor deu a sua visão do que é preciso para que a modalidade no Brasil alcance o mesmo nível de investimento e interesse. 

 

''Eu acho que é o que a Inglaterra e França estão fazendo. Nós precisamos estimular a modalidade. Falei que nós não vendemos ainda o futebol feminino como deveríamos, porque a gente não tem, por exemplo, uma bola boa pra jogar, ou até mesmo a comida. Eu sempre brinco que lá no Bahia a gente come picanha e no outro dia salmão, mas tem dias que podemos comer os dois juntos, a gente pode escolher (...). Para que a gente tenha atletas, nós precisamos ter estrutura. A gente tem estrutura onde uma atleta bem treinada vai conseguir performar bem, e performando bem, vai apresentar um bom futebol . Pra apresentar um bom futebol eu preciso ter público, e para eu ter público preciso apresentar um bom futebol, pra apresentar um bom futebol preciso de comida, estrutura e preciso da base. Preciso da base para que eu tenha meninas e não precise pagar 15,20 ou 30 mil numa atleta que vai jogar uma temporada e vai sair fora. É um ciclo ou um circulo que eu preciso ter onde começa e onde recomeça. Eu acho que pra que a gente tenha, nós precisamos das estimulações que estão tendo um pouco na Confederação'', explicou a técnica.

 

Lindsay também relembrou o período em que o Campeonato Brasileiro Feminino passou a ser melhor elaborado e mais profissionalizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

 

''Há cinco anos, desde 2018 pra cá, nós passamos a ter um Brasileiro de verdade. Não era esse o modelo de Brasileiro que tínhamos, passou a ser um campeonato de primeira fase, onde todos jogam contra todos, com quartas, semis e final. Nós não tinhamos isso, nosso primeiro torneio de base no Brasil, com chancela da CBF, se eu não me engano foi em 2019. A gente já tinha Copa do Mundo Sub-17, Copa do Mundo Sub-20, ficamos em terceiro em 2006 e agora em 2022 e não tinhamos campeonatos nacionais. Como você vai captar atleta? Como eu vou ter um atleta que vai representar a minha equipe? Por quê que eu vou fazer um time de base se eu não tenho campeonato nacional? Hoje graças a Deus a gente tem. Então são iniciativas como essas que farão como que tenhamos mais atletas, trazendo jogos da seleção. Fiquei muito contente quando eu soube que o estado de Pernambuco e da Bahia iam ter jogos da Seleção, olha que lindo!'', ressaltou.

 

A comandante do Esquadrão de Aço também aproveitou para fazer uma menção honrosa à jogadora Marta, a atleta vive seus momentos finais da carreira e, para Lindsay Camila, os últimos passos da camisa 10 da Seleção Canarinho devem ser acompanhados pelo tamanho da história já construida pela jogadora.

 

''Eu não consigo falar o quão bonito pra mim é ter uma Seleção jogando, e seleção de Marta. A gente tem que aproveitar os minutos finais que temos com a Marta. Tudo passa, sabemos que hoje ela não joga como ela jogou, mas, sem comaparar aos homens, no ápice dela, ela foi só uma. Sabemos que o Neymar, no ápice dele, pude ver jogos dele, vi os jogos do Messi e do Ronaldinho, vi o Ronaldo em fim de carreira, mas a gente que gosta muito de futebol tem que aproveitar esses últimos momentos desses ícones. Tinhamos a Marta, a Cristiane, tivemos a Formiga e entre outras atletas, elas chegaram literalmente do nada e elas conseguiram tirar isso. Será que se tivermos bases e torneios não conseguiremos mais meninas?'', relembrou a treinadora. 

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